Nota: A fanfic tem como base o filme do diretor Darren Aronofsky intitulado Black Swan (Cisne Negro).
A luz branco-azulada foi acesa no palco, trazendo a tona alguém que estava oculto pelo escuro. A pessoa abriu os braços, num movimento suave. Trajava branco e tinha uma tiara feita de penas tão brancas quanto sua roupa. O tecido usado por ela era justo deixando suas curvas expostas, talvez não mais por causa do tule que usava.
Em suas roupas brancas de balé a pessoa sobre o palco girava e se dispunha na ponta dos pés em movimentos graciosos e precisos. Indicando com isso o quanto sabia do que estava fazendo e o quanto era boa também. Os braços acompanhavam a direção que os pés lhe mostravam, pés estes que arrastavam tal pessoa por toda a extensão do palco e era seguida de perto pelo holofote de luz branco-azulada.
Ao fundo uma música clássica de balé, podia sentir a música, mas não via de onde vinha, mas aquilo não era o que importava. A música, naquele momento, era apenas o pano de fundo para seu talento sobre o palco.
O holofote parou de se mover quando a pessoa também parou, com movimentos serenos das mãos sentou-se ao chão, bem no centro do palco. O tule branco-gelo fazia volume e bem pôde sentir uma onda fria, mas deveria ser apenas sua cabeça lhe pregando uma peça.
Seus olhos percorreram a escuridão do palco, ansiosos.
Ficou de pé e logo se pôs na ponta dos pés outra vez, ao sentir uma presença se materializar vinda da escuridão em sua direção. Tentou virar o rosto junto ao corpo para vê-lo, mas o homem acompanhava seus movimentos precisamente, impedindo assim sua visão. Deslizou para a esquerda e em seguida para a direita tentando desvencilha-se do ser as suas costas que era como uma sombra.
Abriu os braços, como quem busca libertação, ou se prepara para voar e seus movimentos foram seguidos pelo homem como uma sombra, ela bateu suas "asas", mas não voou como se ele fosse seu peso. Então tentou fugir, os braços abertos, o corpo inclinado, mas algo nele parecia puxá-la de volta, seu rosto passava dor, suas pernas pressa, seu coração batia desesperado.
E ao virar o rosto conseguiu ver o homem que a seguia como sombra, pareceu bonito por um momento, uma beleza estranha, imaginou. Mas logo o homem a sua frente, num rodopio perfeito, se transformou numa criatura horrenda, ela parecia sair do mais profundo dos pesadelos.
Tinha chifres altos, semelhantes a galhos secos, mas eram resistentes; a capa que lhe caia dos ombros até os calcanhares era de um tom bege e por cima uma camada de musgo e grama seca, folhas presas e alguma coisa repugnante que caminhava apressado por toda aquela bagunça.
Ele segurou a pessoa pelos braços e a ergueu no ar, girou e a acompanhou. Ela estendeu os braços na tentativa de fuga, mas ele a puxou pelo pulso. A música acompanhava o desespero da pessoa, aumentando a cada movimento, isso só a deixava mais louca. Queria fugir, correr para longe, mas não podia, os braços fortes prendiam-na em movimentos compulsivos.
Noto em todos esses rodopios que as suas penas brancas desapareciam aos poucos, caindo e sumindo antes de tocarem o chão, já no monstro à medida que dançavam penas negras começavam a lhe cobrir o alto da capa, misturando-se as folhas e gravetos secos que tinham ali.
Ele a girou em sua mão. Um, dois, três, quatro rodopios e quando as penas brancas voaram para longe de seu corpo a pessoa notou a mudança em sua roupa. Era a roupa usada no balé para a interpretação do Cisne Branco. Um tule largo e reto e a roupa com seus detalhes em pedraria e penas, tudo divergindo por entre os muitos tons de branca. Em sua cabeça a tiara era como um broche de penas rente ao crânio, as penas ali presentes apontavam para frente.
Depois do rodopio ela dançou, ainda na ponta dos pés e com a música voltando a si acalmar um pouco. Deslizou o peito da mão pelo próprio, como quem quer sentir as penas de um pássaro depois de sua morte. Com pena. Abriu os braços e os ergueu, as mãos desceram na frente do rosto e era notória a sua tristeza. Não havia lágrimas, mas um vazio podia ser sentido.
A pessoa olhou para cima, tinha o holofote brilhando sob sua cabeça e a sua frente uma completa escuridão. O som da música que ouvira vinha de lá. E como se estivesse voando, batendo com leveza os braços no ar, ela caminhou em direção à escuridão.
Louis Tomlinson abriu os olhos e sorriu contente, não era a primeira vez que sonhava com aquilo, nem muito menos a primeira que acordava com aquele sorriso. Era seu sonho interpretar O Lago dos Cisnes.
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Swan Song (AU! Larry Stylinson)
Fanfiction[Adaptação para Larry do filme Black Swan - Cisne Negro] Louis Tomlinson, um bailarino extremamente talentoso, mas perigosamente instável emocionalmente, que está às portas do estrelato. Instigado ao máximo por seu determinado diretor artístico, Har...