04. Swan queen

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— Então, como foi? — Jay não esperou que ele fechasse a porta e já atingindo o garoto com perguntas. — Você demorou, por isso liguei para Susie no escritório. — Falava sem notar a estranha expressão de Louis, o ajudou a tirar o casaco e soltou a mochila por ali. — Um teste. Não acredito que ele nem avisou antes. Então?

— Foi bem. — Essas foram às palavras de Louis, mas não o que seu corpo e mente passavam.

— Só isso? Bem? — Sem ao menos compreender as palavras de sua mãe, Tomlinson a abraçou com lágrimas pálidas e roliças correndo por suas bochechas e secando nas da mãe. — Ah, meu Boo. — Ela ouvia o choro forte de seu filho e o envolvia em seus braços. — O que houve? — Assim Louis fez, e quando suas lágrimas cessaram ele contou o que aconteceu para ela.

Agora, de frente para o espelho de três lados no qual ensaiava em casa ele arrumava as sapatilhas nos pés enquanto ouvia sua mãe que falava no telefone.

— Susie ele não pode esperar que os bailarinos voltassem do intervalo e dancem como Beth Macintyre. É totalmente fantasioso. Eles são bons, mas não tem a magia da Beth... — Ele levantou e se posicionou de frente para o espelho triplo. — Louis está desolado... — Voltou a fazer o passo de girar sobre uma perna só, as mãos rentes à frente do corpo, como no ensaio mais cedo. O pé pulando e ficando na ponta dos pés.

O mundo parecia girar em câmera lenta ao seu redor, tudo silencioso, tudo esperando que ele conseguisse terminar aquela sequência.

No último giro, o tato lhe faltou e quando se colocou na ponta do pé escutou um barulho, como se algo estivesse quebrando e uma dor lacerante lhe invadiu. Caiu sentado no chão, as mãos agarradas ao pé e as lágrimas já se mostrando fieis ao seu dever em seus olhos.

— Louis, tudo bem?

— Estou bem.

Ele desamarrou a fita que prendia a sapatilha e a tirou junto com a fina meia. A careta de dor só fez ser acrescentada quando ele viu a unha do dedão do pé esquerdo rachado e vermelha pelo sangue. Soltou um murmúrio de azar.

Estava sentado só com o short e a regata de dormir, o quarto estava completamente iluminado e sua mãe fazia um curativo em seu pé, enquanto gemia de dor pelo contato.

— Estou quase acabando. — A olhou nos olhos. — Anda trabalhando demais. Todos têm dias ruins.

— Se aquela idiota não tivesse chegado...

— Não deve ter feito de proposito. — Interveio com calma. Sorriu por alguma coisa. — Lembra quando você começou? Se eu não tivesse te levado a cada aula, teria ficado perdidinho.

— Amanhã direi ao Styles que finalizei.

— Não precisa mentir. Não vai convencê-lo de qualquer forma. Boo, querido. Eu sei que é decepcionante. E quando se envelhece, tem toda essa pressão ridícula. Bem sei disso.  — Ajudou Louis a deitar e o envolveu com o lençol grosso. Acariciou lhe os cabelos cheirosos de morango. — Mas tudo bem. Não importa. Provavelmente vai dançar o pas de quatre outra vez. É um papel maravilhoso. — Jay levantou e apagou as luzes, deixando apenas a do abajur, foi até a cômoda e deu corda em uma pequena caixinha de música que tinha uma bailarina dançando em cima. A música começou assim quem terminou de dar corda. — Ou talvez ele dê a você o papel de Grande Cisne. Seja como for, você vai brilhar.

— Eu sei.

— Vai se sentir melhor pela manhã. — Sentou na cama outra vez e voltou a acariciar os cabelos do seu garotinho. — É sempre assim. Doce menino. — E foi com aquele carinho que Louis adormeceu.

Swan Song (AU! Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora