09. Highness

133 25 1
                                    

Ele estava sentado no chão do estúdio, sozinho, o choro lhe ameaçando fugir do controle a qualquer momento. Teria sido certo, ou até mesmo sensato aceitar tal papel?, lhe indagou uma voz dentro de sua cabeça. Louis se negou a dar ouvidos a ela. Tinha lutado por aquilo durante sua vida toda, não seria essa pressão que o faria desistir. Não seria o preconceito, não seria Harry Styles, não seria a perfeição.

Louis observou o movimento no escuro e uma silhueta se fez ressaltar para frente.

– Quem está aí?

– Oi. – Emilia se mostrou saindo do lado escuro. Ela pendurou um cigarro nos lábios e o acendeu. As sobrancelhas arqueadas. – Você está bem?

– Não pode fumar aqui. – Ainda no chão Tomlinson a observou se aproximar e sentar ao seu lado.

– Bem, eu não conto se você não contar. – Louis se mexeu desconfortável, e puxou sua mochila para perto. – E aí, o grande está chegando, hein? Mal posso esperar. Você vai estar incrível.

– Obrigado. – O garoto meneou a cabeça e seus olhos vermelhos deixavam sua fragilidade aparente.

Emilia entregou um cigarro a Louis, que mesmo receoso o levou a boca e tragou, liberando a fumaça. Talvez aquilo ajudasse a desestressar.

– Então quer conversar sobre isso?

– Tive um dia difícil. – Disse em meio às lágrimas.

– Styles está pegando pesado demais com você? Louis, ele é um cretino.

– Ele é brilhante.

– Claro. Mas não é o cara mais gentil do mundo.

– Você não o conhece. – Rebateu Louis, era de seu instinto, não aguentava ouvirem falar mal de alguém.

– Alguém está a fim do professor.  – Sua voz era acusadora e carregada de malicia. Louis a encarou com indignação e levantou. – Certo, eu entendo você. Não te culpo. O que você está fazendo?

– Preciso ir pra casa.

– Ora, Louis. Espera, eu só estava brincando.

Ele não voltou para lá, apenas saiu de cabeça erguida e com os olhos vermelhos queimando.

Harry Styles observava assim como alguns bailarinos enquanto Louis e Zayn dançavam o Cisne Negro mais a frente. Porque?, se perguntou, porque ele não consegue fazer o que peço? É tão difícil se deixar levar? Brincar? Mas sua mente lhe cuspiu uma resposta. Ele não busca nada disso. Apenas perfeição.

Quando terminaram, os dois se voltaram para Harry que arqueou uma sobrancelha analítica.

– Repitam.

Voltaram as posições iniciais, e começaram a dançar, dessa vez, não só ao som do piano, mas também do choro de um violino.

Zayn Malik o erguia no ar, e o atirava com elegância. Suas mãos se separavam, mas os pés seguiam o mesmo caminho, sem perder o ritmo ou a coreografia. Ele girou Louis sobre a ponta dos pés, e o puxou, erguendo-o no ar outra vez. O menor levantou os braços, na verdade, as asas. Cumpridas e elegantes.

No fim da primeira etapa pararam, de frente para um Harry sem expressão.

– Repitam.

Malik puxou Louis para dançarem novamente, o menor deu os primeiros passos, mas desistiu e ao se afastar virou para encontrar os olhos verdes e intensos de Styles o analisando.

– Tem alguma correção para fazer? – Questionou para o rapaz sentado a sua frente.

Harry levantou, um pouco surpreso com a atitude do outro, mas não deixou nada disso transparecer.

Swan Song (AU! Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora