03. White swan

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Louis era mais forte emocionalmente do que aparentava ser. Enfrentar o preconceito pelo simples fato de ser bailarino era difícil, mas enfrentar junto com isso o preconceito por ser homossexual. De sua mãe não recebeu nada contra, ao contrario, encontrou apoio. Mas sempre fora um garoto sozinho. Ele era forte, mas forte do que aparentava.

Ao entrar no balé, pensou que tudo que sofria de mal acabaria ali, mas foi apenas mais um degrau a subir: Tomlinson não tinha problemas com maquiagens e coisas do gênero, ele se sentia tão bem em um tule quanto em uma calça apertada. No balé, para ele, não importava o seu sexo, garoto ou garota, o importante era a dedicação e o amor que sentia pela arte.

Seu corpo sempre fora um pouco mais feminino do que o dos outros garotos, suas curvas torneadas e sua bunda grande e empinada chamavam atenção de todos, garotos e garotas, qualquer um.

Disputava por papeis que eram interpretados por garotos, e também os interpretados por garotas e saia melhor do que muitas delas nesses papeis. No palco ele se transformava em umanjo da dança.

O sonho, desde que começara a dançar, era interpretar os Cisnes d'O Lago dos Cisnes. Mas os empecilhos sempre foram postos a sua frente e ele guardava o sonho, mas agora uma nova oportunidade surgira, e ele não a deixaria passar.

Agora se concentrava no ensaio, era um lugar grande o que eles utilizavam para isso, rodeado por espelhos e com uma pequena arquibancada de frente, como um mini auditório, as barras para apoio se tendiam em cinco fileiras. Louis estava na segunda, contando da esquerda para a direita.

— Subiu, dois, três, quatro. — Comandava a professora de expressão ilegível que passeava com olhos atentos pelas fileiras. — Ótimo. E um, dois, três, quatro, subiu. — Ela passou por Louis e lhe sorriu doce. — Lindo como sempre, Louis. Relaxe.

Todos acompanhavam os movimentos, subiam os braços, dançavam como o ar arrastando folhas, no total eram mais de vinte pessoas sobre o comando da professora que repetia os comandos orgulhosa, a voz demonstrava experiência.

— E três, e quatro, e... — Ela ergueu os olhos para a arquibancada e ali, próximo a porta estava um rapaz observando tudo milimetricamente.

A mulher bateu as mãos tentando chamar a atenção de todos os alunos.

— Pare John. Um segundo. — Falou para o velho que tocava no piano, ao mesmo tempo em que todos viravam para ver quem era.

Os olhos de Louis focalizaram o rapaz alto e de cabelos cacheados que os observava. Tinha olhos verdes vividos, e alguns anéis nos dedos. A roupa que usava só deixava seu corpo mais bonito, a camisa branca marcando seus músculos.

Todos os alunos se organizaram, tiraram os tules e os casacos para ajudarem a visão do homem sobre seus movimentos.

Ele fez um sinal para a professora que assentiu sorridente e se virou para os outros.

— Tudo bem. Em posição. — A música começou outra vez. — E um, dois, três, quatro, subiu. — Puxou o fôlego e contou outra vez: - Um, e dois, e três, e quatro.

Os olhos de Tomlinson se fixaram no espelho e viu quando o rapaz descia a escadaria em direção a eles, seu estômago por algum motivo se enrolou e saltou, não era a primeira vez que o via, mas sempre se sentia assim quando estavam no mesmo ambiente, seria nervosismo?

— Como vai, querida? — Ele abraçou a professora que se colocou na ponta dos pés para dar-lhe um beijo no rosto.

— Bem, obrigada.

Aproximou-se da primeira garota da terceira fileira e lhe tocou com a ponta do indicador, seus olhos logo se voltando para Louis que se concentrava em manter o ritmo da dança.

Swan Song (AU! Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora