12. Be

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Louis ligou sua caixinha de música e a colocou sobre a mesa de cabeceira, e com cuidado, deitou-se na cama. Um suspiro alto lhe escapou. Louis pensou, as palavras de Harry pairavam em sua cabeça, assim como as lembranças dos toques fortes. Os beijos criados por sua imaginação afetada, um sonho.

Só que, durante a aula, ele havia dito aquilo ao descobrir sobre o sonho. Idiota, gritou uma voz em sua cabeça, você deveria ter respondido. Mas não, ao contrário, ficou parado até que alguém gritasse por ele, por conta do ensaio.

Mas lembrar das palavras de Harry o fez lembrar-se de Emilia e a música da caixinha o estava deixando com mais raiva, virando na cama, ele passou a mão sobre a mesa, e com voracidade, empurrou a caixinha com a bailarina em direção ao chão, a espatifando em pedaços.

Com a ira enchendo seus pulmões, Louis levantou exasperado e puxou todos os ursos e coisas que lembravam sua infância, ainda tão presente. Correu até o lixo no fim do corredor e os jogou.

As lágrimas lhe ardiam nos olhos, mas era necessário, tinha que ser assim, o antigo Louis desapareceu, o que importava agora era seu novo ser, ainda em busca de perfeição, mas não apenas dela, e sim, de algo a mais.

Louis vestiu a roupa do balé, a que usaria, não são todos os garotos que vestem um tule branco em torno de uma roupa preta, como a das garotas, Louis era diferente. Especial.

Estava com as mãos na cintura, dobrando os pés sobre as pontas, exercitando as dobras. Saiu de lá e se posicionou no palco, ensaiavam a última cena no lugar onde se apresentariam. O grande palco, como era conhecido.

A rocha onde subiria para o final estava lá, as árvores, as cortinas representando a noite, o corpo do balé, todos dançavam majestosamente ao som da orquestra completa.

– O ato final. – Ouviu a voz de Harry, mas não se deixou fraquejar e virar em sua direção, manteve-se concentrado e rente ao que estava fazendo. – Sua dança final. – Ele narrava à história em voz alta, Louis podia sentir seu corpo fluindo e se debruçando sobre as palavras de tom rouco e forte do maior. – Você provou o gosto do seu sonho. Você o tocou. – Sentiu Zayn se dirigindo a ele, o puxando pela cintura, o deixando escapar entre os dedos. – Apenas para vê-lo ser destruído. – E o moreno desapareceu dando lugar rapidamente a Chad, o Vilão, que o puxou para junto de sue corpo. – Seu coração está partido. Ferido – Dançava agora alternando entre o Príncipe e o Vilão, como alguém perdido entre dois caminhos, uma divisão gritante. – Sua força vital está se esvaindo. O sangue pinga. – Sentia a energia na voz de Styles e a emoção, estava feliz e concentrado por conseguir aquele tom.  – O Cisne Negro roubou o seu amor. Só há uma forma de acabar com sua dor. – Todos dançavam a sua volta com as asas erguidas no ar, batendo-as. No centro, enquanto ele tentava escapar, Zayn, o Príncipe, apenas observava. Fugindo daquilo, ele correu para o topo da montanha. – Você não teme, pois já decidiu. E você olha pra Rothbart – e lá de cima virou o rosto enquanto ainda batia as asas e viu Chad à esquerda, inflexível, apenas a mão estendida esperando ser aceito – e depois para o Príncipe – girou o rosto, encontrando os olhos brilhantes e encantadores de Zayn, de joelhos e com a mão estendida – e aí sim, para a plateia. Então você pula.

Louis olhou para baixo, atrás de si estava posicionado um colchão, mas algo o impedia de continuar.

– Vamos, vá em frente. Vai dar tudo certo. Pule! – Incentivou o maior.

Então o menor caiu, se jogou na verdade, num baque surdo contra o colchão e ao levantar, viu e ouviu Harry falando com o resto do corpo do balé.

– Todo mundo pode beber água. Depois passamos aos comentários. – Harry se aproximou dele e sorriu lhe estendendo a mão. – Vem. – Segurou e puxou o menor que se ergueu e retirou o tule, ficando apenas com a roupa preta colada. – Eu não estava brincando com você, quero dizer, ontem, sobre o que eu disse. – Sussurrou contra o ouvido do menor que não conseguiu conter um gemido e segurou nos ombros do maior para não cair. Percebendo isso, Styles sorriu. – Você realmente quer saber o que faria com essa sua bunda grande? – Desceu a mão e lhe apertou, enchendo as mãos nas nádegas de Tomlinson que gemeu e sentiu o membro de Harry contra si.

– Eu prec...

– Sei do que você precisa. Você terá. Mas não agora. – Afastou-se e depois sorriu para o garoto incerto de olhos arregalados e rosto corado. – Vá para a prova de roupa, precisam dar os últimos ajustes e medições.

Enquanto tirava as mediadas ele se mantinha calado, pensativo, conseguira alcançar o que queria, finalmente, está a poucos instantes do que queria.

Um baque na porta e então ouviu uma voz que o fez fechar a cara com raiva, não podia ser.

– Georgina?

– Sim. – Respondeu a mulher que antes tirava suas medidas.

– Sou Emilia. Harry me mandou.

– Sim, temos que tirar suas medidas para Rainha dos Cisnes.

– O que ela está fazendo aqui? – Louis cuspiu no seu melhor tom de desgosto.

– Sou sua substituta. – Respondeu a garota que prendia os cabelos. – Mas é só caso seja necessário. – Louis não queria ouvi-la, saiu correndo da sala dos provadores.

Encontrou Harry descendo as escadas e gritou por ele que logo se virou surpreso.

– Sim?

– Não pode ser ela. – OS olhos angustiados. Nervoso. – Não pode ser.

– O que foi?

– Emilia Clarke. Fez dela minha substituta?

– Bom, sempre há uma substituta. Lembra? E Emilia é a melhor escolha.

– Não, ela quer meu papel.

– Toda bailarina no mundo quer. – Ele riu baixo como se para mostrar que aquilo fosse obvio.

– Não, isso é diferente. Ela está me perseguindo. Ela quer me substituir.

– Ninguém está te perseguindo.

– Não, tem de acreditar em mim. – Sua voz falhou na frase inteira e deixou as lágrimas rolarem, suas veias pulsavam e seu corpo tremeu um pouco.

– Ei, calma. – Styles o puxou pelo pulso e o abraçou afagando seus cabelos e deitando sua cabeça no peito. – Sei que tem sido uma luta, mas você vem melhorando, e essa manhã você se superou. Amanhã é o seu dia. Dê um show e não terá de se preocupar com Emilia ou mais ninguém. – Harry beijou o alto de sua cabeça e sorriu leve. – Agora, tome um banho e relaxe, depois me espere na portaria, já estou indo pra lá.

Swan Song (AU! Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora