O que aprendi com a vida

Part 1_Minhã ifancia

Perdi tudo quando minha mãe se foi, chorei, sofri, mais nunca desisti porque sei que ela queria o melhor pra mim, vou te orgulhar mesmo tu não estando neste mundo pois sei que você olha por mim a partir do céu.
Que se sua alma descanse em paz mãe.

Cresci em Luanda no Benfica em casa da minha tia, e o marido dela Augusto que não gostava de mim eles tinham 4 filhos: Filipe, Ana, Marcos e Rita. Devem estar a se perguntar porque cresci em casa da minha tia, a verdade é que minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos de idade e o meu pai eu nunca conheci mas ouvi que a minha mãe trabalhava com e ele a violentou. Quando soube que minha mãe estava gravida ele viajou para os estados unidos então após a morte da minha mãe eu fui parar em casa dos meus tios.

Prazer eu sou o Yzio e esta é a minha historia

Aos 10 anos de idade eu demostrava ser muito inteligente e era o orgulho da minha tia o que causou inveja por parte dos meus primos a única que me apoiava era Ana a caçula de 8 anos, sempre achei que era por ser criança e inocente, mas o tempo me mostrou o contrário, meu tio não comprava nada para mim dependia das roupas que os meus primos não queriam mais usar e jogavam fora, o meu tio me batia muito e quando minha tia tentasse intervir também apanhava.

Aos 15 anos aprovei para a 10classe meu sonho era ser engenheiro informático e foi aí que começou todo o problema, pois meu tio não queria que eu estudasse melhor que os filhos dele, então na época das matriculas meu tio me chamou para conversar:

—Yzio vem aqui meu sobrinho precisamos falar

—Estou aqui tio—respondeu o Yzio

—Você está a estudar muito bem ao contrário dos seus primos, qual é o teu sonho o que queres fazer no futuro?—questionou o tio Augusto

—Bem... a minha mãe era engenheira informática e eu quero seguir as pisadas dela—respondeu o Yzio com um sorriso deslumbrante nos olhos.

—Muito bom menino, mais lamento informar que este ano você não vai estudar—Tio Augusto. Que cara de pau este senho era mesmo do pior.

—Mais porquê tio?—perguntou Yzio com lagrimas nos olhos.

—Não chores meu sobrinho, a verdade é que meu salário foi reduzido e como você já é muito inteligente, não precisas estudar, em vez disso trabalha pra ajudar no sustento de casa, toda hora não é só comer—disse o Augusto descaradamente.

—Está bem tio—Yzio

Meu tio se foi embora e meus primos entraram rindo da minha cara dizendo:

—Os últimos serão os primeiros, estava armado em mais inteligente olha como acabou kkkk.

A noite chegou e estávamos a jantar, meu primo Filipe era o que mais me odiava e fazia de tudo para me incomodar e fazer da minha vida um inferno, ele tinha a minha idade, retirou carne da minha comida tentei reclamar e ele disse:

—O que vais fazer tudo aqui foi comprado com dinheiro do meu pai.

Minha tia tentou dar um ralhete mais meu tio gritou:

—Calem as bocas todos vocês a casa é minha e o meu filho pode fazer o que quiser, ou têm alguma reclamação?

Eu levantei chorando e fui para o meu quarto, meu tio me seguiu e me bateu dizendo que fui mal-educado por se retirar da mesa antes da refeição terminar, os meus primos riram daquilo, mas a Ana como sempre ficou do meu lado

Dia seguinte, minha tia entrou no meu quarto por volta das 6h para conversar comigo, eu lhe contei tudo o que o meu tio disse sobre a escola e ela me garantiu que ia arranjar um emprego para pagar minhas propinas, e cumpriu, mas um tempo depois meu tio descobriu que eu estava estudando, bateu na minha tia e passou a receber todo o salário dela e mais uma vez foquei sem estudar

Eu chorava todos os dias e me culpava por tudo que acontecia com minha tia por me defender, e notava que Ana também sofria muito com tudo aquilo e isso me causava muitas tristezas

Então concordei em vender, vendia bolinho em frente da escola dos meus primos que me apresentavam pra seus colegas como empregado, o ódio do Filipe por mim era tão grande que ele não me deixava em paz, comiam bolinho e não pagavam e em casa me batiam no meu tio dizendo que gastei o dinheiro, sofri muita humilhação naquela época, os tempos passaram e eu sempre sem estudar e quando completei 20 anos passei a trabalhar com um senhor e este me pagava bem, aluguei um quarto e sai da casa dos meus tios, mas nem com isso Filipe me deixou em paz