Capítulo 17 - Crush

117 6 12
                                    

Julie

Horas se passaram desde a mensagem furiosa do Alex. Será que ele desmaiou de raiva? Isso é possível? Minha nossa, eu sou a culpada! Meu amigo deve estar no hospital e eu aqui, empacotada no sofá assistindo Vida de Inseto. Corri até meu quarto para trocar o pijama por uma roupa mais favorável para a visita e...puta merda, não sei onde ele está. O Luke deve ter ajudado, vou ligar. Mas onde está meu celular? Joguei todos os assentos do sofá para longe e acabei encontrando meu telefone no centro. O desbloqueei e ele voou das minhas trêmulas mãos com o susto que levei. Mercer está cheio de saúde batendo loucamente na minha porta.

- Julie Molina, abre a porra dessa porta. Você roubou a chave reserva que tenho em casa - gritou a plenos pulmões e intensificou as batidas com duas mãos.

- A..a Julie...ela...ela tá dormindo - fiz uma careta me julgando. Que resposta idiota, até parece que vai funcionar.

- Não acha que já testou bastante minha paciência? Não foi o suficiente? - agora intercala as batidas com chutes.

- Você vai acordar o prédio inteiro, Alex - me aproximei da porta falando um pouco mais alto. Silêncio. Do nada, um estrondo - você realmente está usando seu corpo para tentar abrir a porta? - perguntei indignada, sem acreditar.

- Tô nem aí se os vizinhos acordarem. Só calo a boca quando estiver olhando a sua cara de idiota - berrou mais alto. Revirei os olhos porque conheço o Alex, ele realmente não vai parar. Abri a porta e o puxei para dentro do apartamento - eu vou te esganar, Julie!

Ele corre atrás de mim e eu jogo tudo não quebrável para tentar atrasá-lo. Ah, e estou gritando pedindo para ele parar de gritar. Isso está um caos, preciso dar um basta. Parei de fugir, deixei ele se aproximar com as mãos prontas para apertar meu pescocinho. O que ele não esperava era um selinho. Rá, quebrei o Alex!

- Ew, que porra foi essa? - perguntou com uma cara de nojo e finalmente em um tom de voz normal.

- Primeiro, fiquei ofendida - ele se retirou indo ao banheiro. Obviamente, segui Mercer - segundo, foi a única maneira que encontrei de fazer você parar com o surto - parei há alguns metros de distância da porta no momento em que flagrei meu vizinho fazendo bochecho com um enxaguante bucal - menos, né, Alex? Nem foi de língua. Apenas um mísero selinho.

- Meus lábios ardem, Julie - disse dramaticamente. Não acredito que essa cena é real - eles estão acostumados a homens gostosos.

- Você é ridículo.

- Ridícula é você, que passou meu número para o Willie - falou entre dentes. Dei de costas e tentei ir embora, mas ele segurou meu braço - o que passou pela sua cabeça, Julie? O cara chegou falando mal do meu restaurante!

- O Willie não falou mal, para com isso. Você sabe que foi um feedback construtivo. Ele ainda ofereceu ajuda.

- Ele é muito sem graça, fica falando do mar e blá blá blá. Deve ser bem viajado das ideias, o cabelão é a única coisa que se salva. Deixa ele bonito, sabe? Mas não quero conhecer novas pessoas agora. O Frankie me destruiu demais.

- Vou te interromper, ok? - falei sorrindo, deixando o loiro confuso - percebeu que está misturando o profissional com o pessoal e talvez se interessando pelo Willie?

- Bateu a cabeça em algum lugar? Seu poder tá afetando seus pensamentos? Eu sou muita areia pro caminhãozinho daquele sem sal.

- Eu tenho minhas opiniões e vou guardá-las pelo bem da nossa amizade. Mas assim, você vai ter que falar com o Willie sobre as obras dele. Pensa no Luke e no restaurante, ok?

Julie's Extraordinary Playlist (Juke - JATP)Onde histórias criam vida. Descubra agora