Capítulo 1: Borboletas no estômago

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N/A: A playlist da fic está aqui: https://spoti.fi/3rkRaAr 

Eu escuto muito folk quando estou escrevendo, parece que é o tipo de música que abre minha cabeça. Mas a música inspo desse cap é Bored, da Billie Elish, mais pelo instrumental que pelo significado da letra mesmo. 

Relido, mas sem beta. Espero que quem esteja lendo, goste. =D 

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Era final de tarde e os raios de sol entravam preguiçosamente pelas janelas da sala de transfiguração.

Sirius aguardava, de braços cruzados e o canto do lábio levantado, o sermão seguido de detenção. Era a primeira vez que a professora McGonagall se atrasava e rapaz podia quase ficar surpreso, se não tivesse irritado consigo mesmo.

Alguns limites existiam para não serem ultrapassados e ele esperava que ainda restasse um espaço entre suas atitudes e a linha invisível que definiria sua expulsão.

Revirou os olhos e bufou, completamente largado no batente da janela. Era tudo culpa de James e sua inabilidade de dizer um não ao amigo. Com o cotovelo no joelho e a mão no queixo, Sirius tentava ficar confortável enquanto se distraía ao observar, pelo vidro empoeirado, as formas dos estudantes que aproveitaram a tarde livre de sexta.

Rodava sua varinha distraidamente entre os dedos da mão, se perguntando se conseguiria, algum dia, dar limites aos pedidos de James. Bufou, sentindo-se um tremendo imbecil.

O clique da maçaneta não o incomodou e ele só mudou o olhar da janela para a porta, sem ao menos se mexer. A professora entrou falando com alguém e em seguida uma garota com uniforme, sem cores de qualquer casa da escola, a seguiu sala a dentro.

ー Senhor Black, já está por aqui? - Ele ergueu uma sobrancelha - Não tem problema. Aguarde um segundo.- A mulher estava com alguns papéis e os entregou para a garota, perguntando se ela tinha dormido bem durante à noite.

Foi a primeira vez em que ele viu alguém como ela e sua curiosidade despertou no segundo em que botou os olhos na figura ao lado da professora. Sirius notou, como em uma cena retirada de um livro lúdico, quando ela deu dois passos à frente, para onde a luz da janela batia preguiçosamente, mostrando cada partícula de poeira do chão. A iluminação foi como um holofote amarelado ou um simples final de tarde bucólico e a garota virou o rosto lentamente em sua direção. Seu coração deu um leve salto.

Ele notou, atentamente, um par de olhos amendoados e muito escuros, pele levemente bronzeada, com um brilho sútil de quem passou férias na praia, e sardas por todo a face, até mesmo no canto da boca.

Na boca ele demorou um pouco mais seu olhar, pois bem no canto direito havia uma pinta pequena, uma sarda mais escurecida que marcava os lábios cheios que se moveram nervosamente diante sua análise.

Ela tinha um brinco no nariz, conferindo um ar rebelde a toda uma imagem doce. Além de uma gargantilha larga de renda que usava, dando o toque final a uma imagem que lhe dava nostalgia mesmo que nunca tivesse conhecido alguém assim antes. Por mais rápido que tenha sido sua análise, quando seus olhos se encontraram, foi como se o tempo parasse.

Ela voltou a atenção para a professora rapidamente e Sirius engoliu em seco enquanto tentava disfarçar o queimar nas bochechas. Ele não tinha culpa de que o sol fizesse toda a mágica acontecer. Aqueles cabelos cheios e escuros combinavam com as sobrancelhas e cílios espessos e os cachos brilhavam à luz da tarde. Ela não parecia inglesa ou com qualquer garota que tenha visto.

Burn with me pleaseOnde histórias criam vida. Descubra agora