A filha do demônio - Gojo Satoru

Um passado assombroso pt2

Você pode atribuir a este acontecimento como quiser: carma, destino, acaso... O fato é que a história parecia se repetir

A garota o salvou, curou seus ferimentos e eles acabaram criando um laço de amizade. Todos os dias ao pôr do sol ele iria visitá-la enquanto treinava, a ensinava coisas novas relacionadas à magia, e ela o ajudava a refinar seus conhecimentos.

– Onde esteve o dia todo, Saika? - o pai da jovem pergunta

– Na floresta treinando, pai - diz ao chegar em casa tarde da noite

– Sozinha? - A olhou curioso

– Sim, sozinha - mentiu

Sukuna havia a instruído desde jovem a não se aproximar das pessoas, mas ela não soube evitar não gostar de Yuri, ele não era como seu pai descrevia as pessoas. Além de belo como um anjo era gentil e inteligente, ela o via como alguém bom e que a respeitava.

– Então você não veio do império do norte? – ela perguntou

– Não, eu vim de outro continente.

– Achei que o clã Gojo existia apenas ao norte daqui

– Não exatamente, há uma aldeia ao leste, nas montanhas. Eu vim de lá.

– Então não são parentes?

– Nosso sobrenome veio da manifestação mágica que houve conosco. A mesma manifestação aconteceu em mais de um local, todas elas tiveram o mesmo nome. Aqui ou do outro lado do mundo, uma flor ainda será uma flor – sorriu com gentileza – Por isso nossos nomes e características físicas são idênticos

Ele falou tudo de si abertamente, ela encantou-se pela leveza que ele trazia consigo. Aos poucos a ligação entre os dois cresceu mais do que podiam controlar, tanto ele quanto ela sentiam-se em chamas ao estarem próximos. Mas a jovem sabia que seu pai nunca aceitaria que ela levasse seu amigo para talvez um jantar. Então os encontros eram sempre as escondidas.

Fora seu pai, Saika não tinha o menor contato com homens, não sabia nada sobre relacionamentos amorosos, nem o que poderia acontecer quando um homem e uma mulher ficam a sós, ou algo do tipo. Por isso ao sentir seu coração disparar toda vez que Yuri se aproximava era uma sensação horrenda. Comparada até mesmo ao medo, mas não havia nada a temer nele. Eram sentimentos e desejos aos quais ela não sabia como controlar.

– Cheguei muito atrasado? – O rapaz se aproxima já quando as estrelas reluziam nos céus 

– Só o tempo de eu criar algo incrível – A jovem se levanta virando para ele

– E o que a grandiosa S/n criou dessa vez? – cruzou os braços sorrindo

– Não sei... por que não tenta pegar minha mão? – Estende uma das mãos para ele e ao tentar, apenas não consegue, como se uma barreira o impedisse

– Isso é fantástico! – os olhos azuis a encaram com surpresa – Como se chama isso?

– Acho que... Mugen, o que acha desse nome?

– Acho que pode dar certo – Ela desativa o poder e permite que ele entrelace seus dedos aos dela

– Sua mão é gelada – sorriu e sentiu o coração acelerar

– Já a sua parece que vai nos incendiar – sorriu sem jeito, o coração dele também pertencia a ela

Vozes gritaram em suas mentes, o que nós chamamos de instinto aflorou-se em ambos, mas toda aquela confusão tornou-se uma tela em branco assim que os lábios de ambos se tocaram