Capítulo 44

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Acredito que as maiores batalhas não são travadas contra o mundo ao nosso redor, masccontra nós mesmos. Quando decidimos abandonar tudo o que nos fez mal, quando escolhemos seguir em frente mesmo depois de muito sofrimento. Essas são as nossas maiores batalhas, nos manter de pé dia após dia, perdoar a nós mesmos pelas nossas falhas, deixar para trás tudo o que nos machucou, aprender como são as coisas e pessoas, e recomeçar.

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Saika fez com que S/n visse e sentisse tudo de ruim que passou em sua vida. Ela carregava a culpa do assassinato de sua mãe, a culpa da morte de seu pai, a angústia perder um filho que mal conheceu. E tudo isso foi passado como um filme em sua frente. Ela viu tudo, sentiu tudo, como uma espada atravessando seu peito sem pudor algum.

E enquanto isso, Gojo estava preso. Ele gritava mas não havia som na sua voz, tentava se mover, mas era inútil. Ali dentro ele não podia usar magia jujutsu, não havia saída. Mas o albino sabia que aquela batalha não era dele e, mesmo que quisesse, não poderia interferir, só lhe resta assistir e torcer para dar tudo certo

Saika: Olhe para todos eles... olhe o que fizeram! Nada jamais vai curar essa dor que você sente. Você está fadada a uma vida remoída de agonia e tristeza.

S/n: Talvez você tenha razão.

Naquele momento tudo pareceu tão claro. Aquelas palavras tinham um sentido em sua cabeça

Saika: É claro que eu tenho! - Berrou - O que você sentia quando éramos uma?

S/n: Eu não sentia dor. Não havia angústia e nada parecia impossível. Era...

Saika: Mágico? - Sugeriu - Tudo pode ser daquele jeito de novo - Aproximou-se - Todas essas coisas não vão significar absolutamente nada. Você não vai sentir mais dor. É só você me aceitar e tudo será perfeito - Disse com a voz mansa

S/n: Mas... se eu fizer isso.

Saika: Para tudo há um preço e isso é indiscutível.

Ceder à Saika significaria abandonar qualquer expectativa de sentir outra coisa além de indiferença. Mas tudo relacionado ao seu passado jamais lhe afetaria. Talvez pareça uma escolha fácil. Mas acredite, não é. Sempre há algo que desejamos que jamais tivesse nos acontecido, no caso de S/n, esse "algo" era toda a sua vida. Tudo desde o início foi uma verdadeira desgraça. E ela carregaria aquilo eternamente.

Por outro lado, ao estar com Satoru e seus amigos, toda a agitação da vida de uma feiticeira, os risos, as aventuras... Aquilo parecia dar um novo sentido à sua existência, era leve como respirar uma brisa fresca. E mesmo sabendo que jamais esqueceria da dor do passado, as coisas no seu presente e suas expectativas para um bom futuro eram suficientes para apaziguar sua mente.

S/n: Eu acho que consigo pagar o preço por querer ser feliz - Atacou

As duas iniciaram uma luta, os golpes tanto físicos quanto mágicos eram tão rápidos e intensos que todo o lugar dentro do domínio estremecia, e sons altos como os de trovões em meio a uma tempestade também podiam ser ouvidos, era como uma grande guerra, no entanto com apenas duas pessoas.

O domínio estava sendo controlado por Saika, mas S/n tinha ataques extremamente ágeis e reflexos incríveis. Essa era uma das diferenças entre elas. Enquanto feiticeira, S/n treinou muito com seu pai, pois ela não poderia se garantir apenas com magia. Já Saika, era o exato oposto, seus ataques mágicos eram sua maior força. S/n só precisou de uma abertura para golpeá-la e derrubá-la.

S/n: Você fica por aqui. - Fez um gesto com as mãos - Vale das criações malditas.

Um grande vórtex surgiu, e mesmo com muita resistência, Saika começou a ser puxada para ele, sendo jogada em direção ao portal que se abriu.

As pernas de S/n tremiam, ela já havia esgotado quase toda sua força. Saika foi puxada para dentro do portal. No entanto ele não foi fechado.

Saika: Eu não vou ceder - Lutou para não ser puxada, o que não adiantou. Ela foi puxada para dentro do portal e desapareceu.

S/n ofegou e se concentrou para fechá-lo, quando uma voz a chamou. E não só isso, como ela sentiu mãos geladas a tocarem e no contato aquilo pareceu puxá-la para dentro do portal também

– Saika... – Ela ouviu chamar, e mais uma mão tocou a sua, aquilo não parecia querer puxá-la para dentro, mas se apoiar para sair

S/n: Mas quem é você?! – Perguntou ao se dar conta de que a outra voz soava doce, como algo familiar

– Feche o portal – A voz sussurrou e o sentimento de familiaridade aumentou assim que ela reconheceu de quem era a voz

E sem hesitar, S/n reuniu toda sua força restante e puxou o que a segurava para fora dali fechando o portal em seguida.

Em um piscar de olhos, ela viu a floresta ao seu redor. Teoricamente, o pesadelo havia acabado.

Satoru conseguiu se mover e imediatamente correu em direção à S/n que estava caída sobre os joelhos.

S/n: A gente conseguiu – Suspirou aliviada, suas pálpebras caindo mostravam que havia esgotado toda a sua energia. Mas suas íris escarlate brilhantes como pedras de rubi não passaram despercebidas por Gojo.

Satoru: Ainda vai negar minha ajuda? – Brincou

S/n: Posso abrir uma exceção – Sorriu fraco e apoiando nele, levantou-se – Termine logo isso.

Satoru: Você quem manda – A grande cortina de magia se desfez, os outros colegas e amigos que não estavam muito machucados começaram a se aproximar.

Panda: Vocês estão bem?

Satoru: Tudo belezinha! – Respondeu com um joinha e um sorriso

Nobara: Caramba... seus olhos estão brilhando – Disse para S/n fazendo todos repararem

S/n: Eles combinam com meu cabelo?

Maki: Totalmente – A de cabelos esverdeados respondeu com certeza

Satoru: Como estão o resto das coisas?

Nanami: Os feridos já estão sob cuidados médicos, o incêndio já foi controlado. Não tivemos muitas baixas.

Inumaki: Salada de atum – Falou gesticulando

Panda: De fato, é algo muito bom. Mas... – Olhou em volta – Reflorestar isso aqui vai ser complicado.

Nobara: Reflorestar?! ALÔ! Repaginar essa floresta careta vai ser muito melhor!

Eles simplesmente começaram a discutir, brincar, rir no meio de todo aquele caos. Mas aquilo era bom, fazia S/n sentir alívio por tudo ter dado certo.

Itadori: Ei, gente – Falou baixo se aproximando de S/n e Gojo – Ele tá enchendo meu saco – Mostrou as costas da mão direita para os dois, e um olho seguido por uma boca surgiram ali

S/n: Vai me parabenizar pela grande vitória?

Sukuna: Não, preferia que a outra tivesse ficado. Você é inútil pra mim

S/n: Obrigada pela parte que me toca! – Zombou – Fala logo o que você quer.

Sukuna: Quando você ver que está indo em direção à morte. Não vá. Não é porquê não gosto de você que quero que morra, estamos entendidos? – A garota riu e a boca e olho desapareceram da mão de Yuuji

Satoru: Bela forma de demonstrar preocupação... – Deu de ombros e pego S/n no colo – Vamos levar você pra enfermaria. Precisa de cuidados.

Satoru saiu andando com ela nos braços e ao redor todos estavam olhando.

Megumi: Ainda tem alguma dúvida se ele gosta dela, Kugisaki?

Nobara: Nenhuma.






Notas:

Sem palavras sobre esse capítulo ksksks não esqueçam de votar🥺❤️

E muito obrigada pelos 127k amo vcs<3

A filha do demônio - Gojo Satoru Onde histórias criam vida. Descubra agora