epílogo

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O sentimento é algo completamente traiçoeiro. Quando se acha que o domina, se percebe que está sendo completamente dominado. Facilmente semelhante a uma incógnita onde só se pode desvendar quando o aceita de coração aberto, mas nem sempre isso é possível, transformando sua vida conturbada em um fluxo de perguntas sem respostas.

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Brown Books, uma das melhores editoras de livros de Nova Iorque. Em 2021 essa editora chegou a sua pior fase de desenvolvimento, uma das principais causas foi sem dúvidas, a pandemia. As pessoas não estavam dando tanta importância para livros no momento em que se tinha várias outras preocupações em jogo. Com a baixa renda, várias editoras chegaram a fechar, e a Brown Book quase foi uma delas.

O diretor de uma editora chamada House Books, sugeriu a Sra. Brown, dona da livraria, a fazerem uma aliança, e por conta dessa aliança que nenhuma se fechou.

Agora com o nome House Brown Books, os donos das editoras precisavam buscar sempre um consenso, e ter um equilibrado plano econômico, por isso que tiveram que demitir vários de seus funcionários.

Caroline levantou o olhar para sua mesa a frente que estava ocupada por uma morena que também a encarava, e a vontade de revirar os olhos atingiu em cheio seu corpo, de maneira tão exorbitante que foi o que fez, não se importando que a morena estivesse observando. Carol desgostava completamente da sua companheira de trabalho, não tinha quem não percebesse isso.

Graças a união das editoras, nenhum dos donos queriam abrir mão dos seus funcionários mais competes.

Por esse motivo, tanto Caroline quanto Dayane tiveram que dividir o mesmo cargo na empresa, o que pra Caroline se tornou um atraso. Ela trabalhava na empresa a mais de 5 anos e faltava pouco para assumir o cargo CEO da empresa, mas por conta do empenho da Dayane, agora ela teria que se mostrar ainda mais eficaz. A pequena odiava admitir que a morena a sua frente conseguia fazer um belíssimo trabalho, por conta disso, Carol vivia procurando falhas cometidas por Dayane, apenas para fazer uma reclamação no RH.

Esta busca por erros, fez ambas não irem com a cara da outra, e tentam manter o profissionalismo.

Como isso é difícil tendo ainda mais coisa em jogo.

Caroline não teve como prevenir-se de sentir seu corpo ferver de raiva quando Dayane lançou uma piscada em sua direção, sendo seguida por um sorrisinho provocador. Mesmo que ambas conseguissem manter uma relação profissional, ainda sim, elas tinham a mesma ambição, por isso, sempre tentavam desarmar uma a outra.

Como ambas eram, profissionalmente falando, muito boa em seus cargos, raramente havia um descuido, isso fazia com que elas tentassem desfocar a atenção uma da outra da forma mais baixa.

Caroline respirou fundo parando de prestar atenção na mesa a sua frente ao perceber que Dayane já havia voltado a seu afazer, no silêncio do ambiente, era possível escutar o som das teclas que Dayane digitava. Carol aproximou o pequeno espelho em sua mesa e o ajustou para que pudesse observar o reflexo de sua boca, ela tinha que assumir que o som dos teclados produzidos pela Dayane estava começando a incomodá-la, mas tentando ignorar, procurou em sua bolsa seu batom vermelho e o abriu deixando a tampa de lado.

-Você pode, por favor, digitar mais baixo? - Perguntou chegando no ápice de seu incomodo.

Ela poderia facilmente colocar a culpa dessa impaciência em seu ciclo menstrual, até porque sabe que não tem como abaixar o volume das teclas de um notebook. Era só mais um ato feito por Dayane que ela estava odiando.

Voltando a encarar a mesa em sua frente, percebeu a morena apenas abrir um sorriso e balançar lentamente a cabeça de forma negativa, poucos segundos depois o som das teclas ficaram mais altas e a digitação passou a ser mais rápida. Carol engoliu sua raiva e abriu um forçado sorriso na tentativa de parecer amigável e não atingida pela clara provocação da morena que lhe lançou o mesmo sorriso.

the hate of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora