Alguns dias depois, ainda abalada Carol teve capacidade psicológica de enfrentar seu trabalho e as diversas pendências que estava devendo. Foram dias difíceis, porém Carol se incentivava através das quantidades de vezes que leu e releu a carta que sua mãe deixou e sentindo uma ansiedade percorrer suas veias ao saber que daqui a alguns meses teria outra.
Por mais triste que estivesse por sua perda, sabia que finalmente sua mãe havia parado de sofrer, de chorar as escondidas por querer sempre se mostrar forte aos olhos dos demais que estavam ao seu lado. Não tinha mais uma doença corrompendo sua alegria e Carol sabia que sua mãe mais que ninguém almejava suas vitórias. Por isso, tinha que conquista-las.
Impossível era conter as lágrimas toda vez que lembrava que ela não estava mais ali pra dar conselho ou conversar sobre baboseiras, mas em compensação, tinha o apoio da Dayane ao seu lado.
A morena não havia saído do seu lado durante esses dias, sempre fazendo companhia e distraindo a Carol com diversos outros assuntos.
Meses se passaram com Dayane estando presente, confortando uma Carol já estabilizada emocionalmente. Tal reconciliação estava dando o que falar na empresa, Carol já não dava mais corda para Phelipe que não tinha o porque exigir atenção ou questionar o porque eles haviam se afastado, não tiveram algo considerado sério pra fazer isso e não era como se ele se importasse já que estava partindo pra outras.
→→→Noite de quarta feira.
Como de costume, ambas largaram mais cedo e no momento estavam no apartamento da Dayane. As coisas estariam sobre controle, caso Carol não estivesse batendo com o pano no ar na tentativa de afastar a neblina com o cheiro de queimado que se alastrava cada vez mais por todos os cômodos do apartamento. Dayane após abrir todas as janelas da casa passou a fazer o mesmo ato da Carol.
-Isso foi culpa sua!. - Carol culpou tossindo um pouco por ter tragado contra vontade parte da fumaça, Dayane olhou para o pão caseiro com uma crosta presta cobrindo toda sua área que tinha o objetivo de parecer algo apetitoso, mas que por um descuido de ambas, passou a ser a última coisa que poderia ser degustada por algum ser vivo.
-Minha? Eu falei "Carol daqui a uns minutos a gente tem que apagar o forno". - Respondeu como justificativa para o deslize das duas.
-Foi você quem colocou em 250° graus, eu falei que era em 180°. Daí você falou o que? - Perguntou como uma mãe dando bronca do filho. -"Vai assar mais rápido nessa temperatura". - Caroline mesmo respondeu a sua pergunta mudando o tom de voz deixando ridículo a tentativa de encenação e por mais que ambas estivessem irritadas por terem perdido caros ingredientes e tempo de preparo – sem falar na expectativa que criaram – ainda sim Dayane abriu um sorriso parando de abanar o ar.
-Isso foi a tentativa de me imitar? - Sua pergunta soou perigosa como se estivesse avaliando a audácia da Carol que doou de fato sua atenção para a morena e tomou um espanto arregalando rapidamente os olhos com as sobrancelhas arqueadas, mas logo se repôs arrumando a postura e a fisionomia.
-Sim. Foi a tentativa de imitar sua irritante voz. - Respondeu em confronto, claro que utilizando um ar irônico na voz, mas dando ênfase no "irritante" como se de fato achasse aquilo. A ruiva se dirigiu até a sala, e pegou o celular jogado no sofá.
-Irritante? - Perguntou incrédula roubando mais uma vez a atenção da ruiva.
-Sim, tanto como um dvd arranhado. - Comparou. - Chega da raiva! - Provocou ainda mais entrando no humor da mentira. Dayane em falsa ofensa entre abriu a boca mostrando seu estado horrorizado com o que estava escutando.
-Você não sabe a besteira que está falando. - Retrucou se aproximando de modo intimidador da Carol que pestanejou em resposta, mas se manteve intacta permitindo a aproximação.
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the hate of love
Roman d'amourJá pensou em odiar alguém por amá-la? Já pensou em amar tanto uma pessoa ao ponto de ter que odia-la? Confuso né? mas é possível. Nem sempre dá certo, você sabe porque?...