Décimo Primeiro Capítulo

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Qual a graça de ser certinho para o mundo e errado com si próprio?

As pessoas sempre exigem cada vez mais do potencial alheio, mas a simples exigência que deveria ser obrigatória a todos, é a felicidade.

Seja errado se te faz feliz. O errado é bom
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Mais de um mês havia se passado. As coisas.. não voltaram a ser como eram antes. Dayane ao menos olhava na cara da Carol, pelo menos não quando ela estava prestando atenção.

Carol por diversas manhãs tentava criar uma interação, e rapidamente era cortada com o silêncio ou era respondida com uma outra pergunta, porém profissional.

Carol não tinha deixado claro quem ela iria querer, mas nem precisou. Dayane tirou suas próprias conclusões com as visitas ainda mais frequentes do Phelipe a cada semana que se passava. Estava impossível permanecer no mesmo ambiente quando ele chegava para buscá-la no horário de almoço. O ar ficava pesado e com o tempo, achou que a Carol nem ligasse mais em como ela se sentia com a forma exposta que eles se agarravam.

A ruiva se rendeu em acreditar que estava fazendo o certo tanto pra ela, quanto para todos. E com as notícias que vinha recebendo, seus questionamentos amoros foram ficando cada vez mais isolados.

Acontece que sua mãe estava ainda pior, mas se recusava a ir para o hospital. A cada dia que passava, por mais que Dayane não falasse mais com a Carol sobre qualquer assunto, podia ver a tristeza em seu olhar. Dayane não se sentia no dever, muito menos forçada. Apenas queria confirmar e relaxar seus próprios pensamentos, vendo a Sra. Biazin diante de seus olhos.

-Boa tarde, Sr. Biazin. Como vai? - A morena perguntou esboçando seu mais belo sorriso para o homem que acenou de volta com a cabeça, por mais confuso que estivesse. O mesmo velho olhou por detrás da Dayane a procura de sua filha, mas não a encontrou.

-És a Rayane né? - Confirmou e a morena tranquilamente negou sorrindo suavemente. -Dayane. - Corrigiu e o mesmo arqueou as sobrancelhas encarando as flores que a morena na sua frente carregava.

-Posso saber o motivo da visita?. - Perguntou sem querer parecer ignorante.

Dayane tinha uma tensão ao conversar com o homem. Apesar dela já ter se aberto para a Rose e ter sido, particularmente bem aceita, Dayane não sentia que seria da mesma forma com o Isaías caso ele soubesse de sua sexualidade.

-Eu quis fazer uma visita a sua mulher. Ela está? - Perguntou e o homem afirmou com a cabeça um pouco receoso.

-Minha filha te contou algo? - Perguntou e Dayane negou com a cabeça.

O de cabelos grisalhos parecia exausto, como se a doença da mulher tivesse usurpando todos os motivos para se abrir um sorriso, e mantendo a última coisa que todos gostariam. A preocupação.

-Entre. - Pediu. - É até bom sua visita. Irei sair por algumas horas, se incomoda de fazer companhia a ela? - Perguntou e Dayane novamente abriu seu sorriso que todos paravam para admirar.

-De maneira alguma. - Respondeu e ele suspirou profundamente.

-Ela está no jardim. - Informou direcionando com o dedo onde seguir.

Dayane encheu o peito de ar analisando a impressão que a casa estava transmitindo, muito diferente da primeira vez que estivera lá. O silêncio que habitava era repugnante como se algo estivesse fora do lugar e perdendo a graça.

-Não repare muito em como ela está debilitada. - Sugeriu e a morena afirmou com a cabeça nem se importando mais com o que ele estava falando.

Passou a seguir delicadamente até a área do jardim e surpreendeu-se com tamanha quantidade de flores que trazia beleza por onde se olhasse. Tinha perfume, e todas pareciam bem cuidadas. Um copilado de Amélias formavam um baixo muro em sentido de labirinto que dava rumo a outras flores expostas como se estivessem em um museu, prontas para serem alvas de várias interpretações e admiração. O lugar expressava vida, muito diferente de como a casa parecia.

the hate of loveOnde histórias criam vida. Descubra agora