Capítulo 20

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Eda

Descemos no vigésimo terceiro andar e sigo Serkan cabisbaixa. Antes de abrir a porta, ele para abruptamente e eu acabo trombando nele. Então ele me prensa na parede, com um braço em cada lado da minha cabeça.

-Por favor, não toque em mim com essa mão!

Ele fica me olhando com um risinho nos lábios, olhando dentro dos meus olhos, mas eu estou com tanto medo de ser tocada com aquela mão pervertida que mal presto atenção naqueles olhos. Ele diz calmamente:

-Me devolve a calcinha.

Era só o que me faltava.

-Não!

-Devolve ou eu vou acariciar seu rosto.

Sinto meu estômago embrulhar, mas não cederei a ele.

-Toque meu rosto e eu acuso você de assédio sexual!

-Você nunca provaria nada.

-Mas valeria o escândalo. -ele sorri.

-Você que sabe Eda, mas eu te garanto que terei essa calcinha mais cedo ou mais tarde.

-Se gosta tanto de calcinhas, compre umas para você.

Ele me solta e abre a porta do quarto.

Que lugar maravilhoso! Entramos em uma sala enorme, com um sofá de canto creme, uma tela enorme num painel, as janelas que vão do chão ao teto e vista para o mar. A decoração é impecável! Do chão ao teto, os móveis e as cores, tudo é chique. Essa sala é do tamanho do apartamento onde moro. Com certeza tem dois quartos aqui e ele me deixará ficar num deles. Num canto há um frigobar abastecido e numa mesa, uma cesta de frutas.

Serkan tira o sapato e se joga no sofá. Então, pega o telefone e faz algumas ligações. Eu permaneço em pé, perto da porta, já que não recebi nenhuma ordem. Depois da terceira ligação ele olha para mim e fala:

-Acho que você devia se sentar. -então ele aponta para aponta do sofá onde ele está deitado, de forma que eu ficarei perto do quadril dele.

-E eu acho que você deveria lavar essas mãos.-respondo e me sento em uma poltrona mais confortável que a minha cama, que está do outro lado.

Ele faz mais algumas ligações e depois diz:

-Nós temos um encontro hoje. Quer tomar um banho?

-Já? Achei que sua agenda começasse amanhã.

-Sim, mas um futuro investidor está indo para uma boate agora e me chamou para ir. E seria deselegante recusar.

-Então vá. Por que tenho que ir com você? -ele me olha como se eu fosse idiota.

-Você é minha secretária. Irá comigo a qualquer lugar que eu for. Como a minha sombra. -então ele se levanta. -Como imagino que você não tenha nada decente para usar, vou pedir a uma funcionária do hotel que te arrume um vestido.

-Não será necessário, eu trouxe minhas roupas.

-Você não vai sair comigo usando saiões e aquelas blusas horrorosas.

-Eu vou usar o que eu quiser.

-Vou mandar buscar o vestido.

-Estará perdendo o seu tempo. -ele bufa e resmunga:

-Faça como quiser, mas se me envergonhar com sua vestimenta horrorosa, eu juro que vou descontar toda a minha consumação da noite no seu salário. E te garanto que não será pouca coisa!

Faço uma careta. Tiro meu casaco, enrolo ele em volta da minha mão e pego a alça da mala que ele havia tocado com aquela mão imunda.

-Onde vai ser o meu quarto? -ele sorri e nesse momento sei que alguma coisa está errada.

-Me siga.

Eu o sigo até um quarto enorme, com uma cama box imensa. Sério! Caberiam umas oito pessoas nessa cama tranquilamente. Fico impressionada. Nunca havia nem visto um lugar imponente como esse, ainda mais dormido numa cama parecida com essa! De repente fico ansiosa para a hora de dormir chegar logo.

-Esse é o meu quarto. -ele fala e sinto meus sonhos murcharem.

-Então acho que está com problema de audição. Eu perguntei onde seria o meu quarto. -ele aponta para o quarto. -Não estou entendendo.

-Eda, esse aposento só tem um quarto.

-Você está brincando, não é?

-Absolutamente. Você não ouviu quando a recepcionista disse que havia somente um quarto disponível?

-Está me dizendo que vamos ter que dividir esse quarto?

-Você ouviu que é o único quarto disponível. -fala ele impaciente.

-Mas, mas... Será que não há nenhum outro hotel, que tenha mais quartos?

-Eu só fico nesse hotel.

Isso só pode ser um pesadelo. Por que, Senhor? Por quê?

-Então eu poderia ir para outro hotel.

-Você não vai achar nenhum hotel  Eda . A culpa é sua por não ter feito reserva. Terá de aceitar o que tem disponível.

-Mas, eu não quero ficar no mesmo quarto que você.

-Eu acho que eu não estou muito preocupado com a sua vontade.

É isso. Está decidido. Eda sua burra! Devia ter olhado a questão das reservas de um hotel, agora terá que aguentar esse nojento e suas conquistas. Oh Céus! Isso não vai ser nada fácil para mim, mas também não vai ser para ele.

-Deveria, já que sou eu que vou preparar seu drinque.

-Está me ameaçando senhorita Yildiz ?

Estúpido Desejo (Adaptação edser)Onde histórias criam vida. Descubra agora