Capítulo 62

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Eda

Luciano está me esperando no hall, como combinado. Ele sorri quando me vê e fica uns vinte minutos me elogiando. Vamos andando até um restaurante próximo, e acho isso ótimo, porque preciso mesmo de ar fresco.

Ao contrário do Adrian, ele não fica olhando meu decote, nem falando sobre os bens dele. Ele é educado, fino e divertido. É incrível a forma como ele me faz rir sem que eu perceba. Ele seria um excelente amigo. Eu sei, ele seria um excelente, muito mais que amigo, mas não quero pensar nisso.

Chegamos ao restaurante e nos sentamos no fundo, num lugar onde não há quase ninguém, o ambiente é mais tranquilo e tem vista para o mar. Nós falamos um tempo sobre a beleza da cidade, sobre o tempo quente e comemos a entrada, que ele mesmo escolhera porque eu estava com a cabeça muito longe. Quando o prato principal chega, ele decide ser direto.

-Eda, eu sou viúvo, e desde que a minha esposa morreu, confesso que nunca me interessei em ter outro relacionamento sério. Até conhecer você.

Engasgo na mesma hora com o peito de frango defumado. Ele me estende um lenço e pega minha mão:

-Estou realmente muito interessado em você. Você é linda, inteligente, divertida e tão viva! É exatamente o que eu estava procurando sem mesmo saber que estava. Sei que você está de passagem, e que logo vai embora, mas se eu fechar o negócio com a U.C.A. terei que ir a Belo Horizonte, e poderei te conhecer melhor. Eu não quero apressar as coisas, mas desejo ter algo sério com você, e quero que me permita procurá-la em BH para estreitarmos nosso relacionamento.

Não sei o que fazer. Se ele tivesse me dito isso há uma semana eu aceitaria sem pensar duas vezes, mas agora, agora tem o Serkan .

-Luciano, eu realmente fico lisonjeada por ouvir isso de um homem como você. Confesso que você é o que qualquer mulher poderia querer!

-Mas?

-Mas eu não estou pronta para um relacionamento agora. Eu disse a você que acabei de terminar um noivado longo, e não quero outro relacionamento.

-Eu entendo Eda, por isso vou te dar tempo. Mas o que quero saber é se você pode me dar esperanças. Se pudermos ser amigos íntimos, até que você se recupere e me conheça o suficiente para confiar em mim e se entregar.

Ele está mesmo me pedindo sexo até termos um relacionamento? Não seria nada mal em outras circunstâncias. E eu acabo falando isso em voz alta, porque ele ri alto e depois me olha com um brilho travesso no olhar.

-Qual circunstância te impede de ter isso agora?

-Eu... Eu não... Eu não quis dizer isso.

De repente ele se afasta e parece sério.

-Você já conheceu alguém, é isso não é?

-Não! Estou falando sério quando digo que não estou pronta para um relacionamento.

-E para diversão? Porque é o que estou te propondo para começar. Você já achou alguém que te proporcione isso?

Acho que ele está muito bravo, e estou ficando irritada com a atitude insistente dele!

-Eda eu quero que entenda que não gosto de perder meu tempo. Se eu me envolver com você será para tentarmos uma coisa a mais. Mesmo que depois você perceba que não sou o homem certo, eu entenderei. Mas não gosto de ser enrolado.

Quem ele pensa que é para falar assim comigo? Vou dar uma resposta, mas esbarro na taça de champanhe e a derrubo nele, manchando toda sua calça.

-Ah meu Deus, me desculpe!

Eu pego o guardanapo e começo a esfregar em sua virilha e em sua coxa, onde o champanhe caiu. Ele começa a rir e pede para eu parar, dois garçons se aproximam para ajudar, mas param com a cena que se desenrola diante deles. Eu ainda não entendo porque todos estão olhando para mim, mas de repente um garçom se afasta e percebo Serkan sentado na mesa ao lado da nossa. Ele olha a cena e arregala os olhos, e só então percebo o que estou fazendo. Eu paro no mesmo instante e me sinto corar, mas não tenho tempo para sentir vergonha, Luciano também percebeu Serkan escondido na mesa ao lado e se levanta para tirar satisfações com ele.

-O que está fazendo aqui?

-Jantando. -responde ele com certa raiva. -nós olhamos para a mesa dele, mas não há nenhum prato. -Já estou indo embora. -ele diz e sai andando.

Penso em ir atrás dele para tirar satisfações, mas Luciano me arrasta de volta para a mesa.

-É com ele que você está se divertindo?

Eu tinha acabado de colocar o champanhe na boca e engasgo de novo.

-Não! Claro que não! Entre Serkan e eu não há absolutamente nada!

Ele parece acreditar, mas percebo como ele muda depois disso. Passa a rir menos, e não conta mais suas piadas. Terminamos o jantar e ele nem pede sobremesa, diz logo que temos que ir. Ele me leva até a porta do quarto e me dá um beijo no rosto para se despedir. E eu penso ainda dois minutos antes de entrar no quarto, pois não sei o que fazer com Serkan . 

Hoje veio cedo. Boa leitura !

Estúpido Desejo (Adaptação edser)Onde histórias criam vida. Descubra agora