Eda
Tomo um banho demorado. Serkan bate na porta por uns dez minutos me mandando sair. Enxugo-me vagarosamente e. Saio do banheiro enrolada na toalha, corro para o quarto e bato a porta. Ouço quando ele resmunga um palavrão e bate a porta do banheiro.
Primeiro de tudo, eu levo para o quarto um paninho com álcool do banheiro, e passo nas alças da minha mala, para limpar onde a mão de Serkan havia encostado. Então jogo a mala naquela cama enorme, quero me jogar em cima dela também, mas sei que não terei tempo. Reviro minha mala e encontro o que estou procurando. Meu vestido de noivado. É um vestido todo de renda, curto, perolado, cheio de pedrinhas e colado ao corpo.
Primeiro me perfumo e faço uma maquiagem que Ezgui tinha me ensinado e que, segundo ela, destaca meus olhos castanhos. Quando estou terminando a maquiagem, Serkan começa a bater na porta mandando eu me apressar. Mostro o dedo do meio para a porta, e resmungo dez palavrões em voz baixa, mas ele grita que escutou, que eu deveria morder minha língua venenosa e andar mais rápido.
Finalmente, solto meu cabelo. Como eu o tinha prendido em um coque ainda molhado, ele agora tem um efeito ondulado, com ondas enormes que vão até minha cintura. Só jogo um pouco de laquê nele e está pronto.
Então vou para o meu vestido. É hora de ter uma nova história para contar com ele, que não seja sobre um noivado que havia sido o maior erro da minha vida. Visto cuidadosamente meu vestido, não me importando com as reclamações de Serkan , perguntando quanto tempo uma mulher precisa para vestir um saião, ou se eu ainda estava limpando os meus óculos.
Olho-me no espelho uma última vez. É isso! Se qualquer homem olhar para mim essa noite, Serkan Bolat não poderá descontar nem um centavo do meu salário. Respiro fundo uma última vez e abro a porta.
Serkan
A maldita está me atrasando, e ainda por cima não permitiu que eu arrumasse para ela um vestido elegante. Vou ter que sair carregando esse projeto de tribufu para a boate. Pelo menos ninguém dará em cima dela. Não que eu me importe se alguém se interessar nela, mas prefiro que não se interessem.
Quando a maldita finalmente abre a porta, perco o ar. Ela está usando um vestido de renda perolado colado ao corpo. O cabelo esta maravilhoso. Os lábios vermelhos mais chamativos do que posso suportar!
Fico sem reação, vendo essa mulher maravilhosa de parar o trânsito diante de mim e, por um momento, quero perguntar onde está a maldita da senhorita Yildiz.
-Pronto! Ficou me apressando e agora vai ficar aí parado olhando para mim? Não estamos atrasados?
Com a voz dela eu acabo voltando a mim. Não dá para sair com essa mulher para uma boate, vestida desse jeito. Ainda mais conhecendo o Adrian como eu conheço, ele vai ficar louco por ela.
O que eu estou dizendo? Todos os homens daquela maldita boate vão ficar loucos por ela. Ela vai se divertir enquanto eu vou ficar louco para vigiá-la.
Espera, por que eu precisaria vigiá-la? Ela acabou de ser traída, seria até bom para ela dar uns beijos em uns desconhecidos, para ver se ela para com esse moralismo ridículo. Mas merda, a ideia de vê-la com outros homens me irrita por algum motivo desconhecido.
Ela solta um palavrão, anda até a porta e a abre esperando por mim.
-Você vem ou não? -eu a sigo ainda sem dizer nada.
Sabe quando eu disse que estava pegando apenas mulheres que davam para o gasto e não as de parar o trânsito? Pois é, aqui está uma mulher de parar o trânsito e eu não vou comê-la. Caralho!
Ah tá com ciuminho Serkan 😂