Eda
Tomo meu banho e me deito. A cama não é tão grande nem tão macia, e o calor de Serkan não está a minha volta. Mas preciso me livrar desses vícios, afinal de contas, nossa viagem está no fim e ele não dormirá comigo depois que voltarmos para casa.
Custo a adormecer, e quando o faço, alguém bate na porta. Resmungo um palavrão e me levanto sonolenta. Quando abro a porta, encontro um Serkan descabelado, com uma cara de sono e de samba canção na porta.
-Por favor, não me diz que você bateu em cada porta desse andar usando essa cueca!
-Na verdade eu perguntei direto na recepção.
Eu sorrio e o convido a entrar. Assim que fecho a porta vou logo falando:
-Serkan , eu estou realmente cansada e ainda não me recuperei do que fez hoje na festa. Será que não podemos transar outro dia?
Um sorriso malicioso aparece no rosto dele.
-Claro, podemos transar quando você quiser, não vim aqui para isso.
-Então por que veio?
-Porque não consigo dormir sem você. E estou cansado, realmente preciso dormir.
Mais uma vez, ele me surpreende e me deixa sem reação. Eu apenas concordo com a cabeça e ando até o quarto. Ele me segue. Reclama quando vê o tamanho da cama, mas se deita comigo. Ele me puxa para os seus braços e fica acariciando minha cabeça. Nunca pensei que faríamos isso, que dormiríamos juntos, como um casal, sem ter tido sexo antes. Respiro o perfume dele e me sinto acalmar com os seus braços a minha volta. Tão melhor dormir assim!
Quando estou quase adormecendo ele fala, sua voz está arrastada e sonolenta.
-Estava pensando, não consigo dormir sem você. Quando a gente voltar para casa, será que ainda podemos dormir juntos?
-Como? -eu praticamente grito. Ele me aperta mais ainda em seus braços.
-Eu disse a você quando isso começou que quando a viagem acabasse, nosso sexo também acabaria! Mas não quero isso. Não estou pronto para ficar sem você. Será que quando voltarmos para casa ainda podemos ficar juntos? Eu posso dormir na sua casa, mas se sua amiga achar ruim, você pode ir para a minha!
-Depois a gente vê isso. -estou em choque para responder.
-Não, quero saber! Quero ter certeza de que não vou precisar sequestrar você do aeroporto mesmo.
-Vamos fazer assim: quando voltarmos para casa, esperamos uma semana, e se você tiver ficado com saudade de dormir comigo, eu passo o fim de semana na sua casa.
-Uma semana? Sem chance. A gente chega em BH sábado, você pode passar na sua casa, pegar suas coisas e tomar banho na minha!
-Sábado? Claro que não! Eu estou com saudade da minha cama! E da Ezgui , quero conversar com ela.
-Então eu durmo na sua casa domingo.
-Vamos fazer assim, eu vou para sua casa na segunda.
-Não, não quero ficar domingo à noite sem você.
Eu começo a rir, ele só pode estar brincando. Mas não está, e eu percebo isso.
-Você sobrevive sem mim, quando voltar para casa terá a Ludimillah e a Mônica para te entreter, nem vai sentir minha falta! -ele bufa e me aperta, então puxa meu rosto e me beija.
-Não diga isso, ninguém vai me fazer não querer você. Você nem faz ideia! -então me aperta de novo. -Vamos dormir juntos no domingo e não se fala mais nisso. -ele diz.
-Segunda.
-Tudo bem Eda, mas segunda assim que sair da empresa vou buscar você na sua casa.
-Tudo bem.
E assim adormecemos.