Serkan
Depois de horas, consegui convencer Eda a ir comer alguma coisa, mas ela está demorando demais, então vou atrás dela. Olho no refeitório, mas ela não está lá. Então saio pela empresa procurando por ela. Avisto seus cabelos próximo ao banheiro feminino, mas ela não está sozinha. Tem dois homens a encurralando. Escuto apenas o final do que um deles está dizendo:
-Você não precisa se fazer de difícil, gatinha! Não sou o dono da empresa, mas posso fazer você esquecê-lo em dois tempos. -ele passa a mão pelo cabelo dela, que tenta se afastar, mas ele segura o seu braço. -Não se faça de santa, eu vi sua foto. Você é deliciosa!
Então entro em ação, afasto-o pelos cabelos, mas sei que não posso agredi-lo. Não quero um processo de verdade nas minhas costas. Eu o imobilizo e o viro na direção da Eda . Sei bem o quanto ela tem a mão pesada.
-Vamos, Eda, ele é todo seu! Pode descontar.
E é o que ela faz. Descarrega toda sua raiva na cara dele. Ela consegue arrancar sangue dele e fico muito orgulhoso dela. Depois que suas mãos doem, ela começa a chutá-lo, chuta várias vezes no meio das pernas e tenho que segurá-lo em pé. O outro cara fica apenas olhando, se divertindo com a situação. Quando ela cansa, põe a mão nos joelhos.
-Já chega, não estou mais com raiva!
Olho para ele e vejo que o estrago foi muito bom para uma mulher.
-Eu vou processar você. -reclama ele.
-Sério? Por quê? Eu não te dei um tapa. Se pretende dar queixa contra a senhorita Yildiz , devo lembrá-lo que ela pode acusá-lo de assédio, eu sou testemunha dela!
Ele sai resmungando e eu decido levá-la para o hotel. Espero que essa história da surra se espalhe e que não haja mais cochichos quando ela passar amanhã.
Eda fica calada o caminho todo. Quando chegamos ao hotel, deixo que ela tome um banho, e peço o serviço de quarto. Enquanto tomo meu banho espero que ela coma, mas ela não faz isso. Tento convencê-la a comer, mas ela parece chateada e sem fome.
-Não precisa ficar assim. Você vai ver amanhã que a história da surra vai sobrepujar a história da foto. Daqui a pouco ninguém lembrará mais disso! -ela não diz nada, continua chateada. -Eda, você é linda! Vai que você consegue um contrato para posar nua por causa dessa foto, hein? Vai ficar rica! -tento brincar, e ela dá um sorriso, mas logo volta a ficar triste. Eu me aproximo para abraçá-la, mas ela se afasta.
-Não, Serkan ! Eu estava pensando. Acho melhor pararmos com isso.
-Pararmos com o quê?
Sei o que ela vai dizer, e não quero, não quero de jeito nenhum ouvir isso.
-Esse caso. Isso que há entre a gente. Isso não pode ser bom para nenhum de nós. Acho que não vale a pena, estamos arriscando demais. Olha no que deu!
-Eda, foi um acidente. Nada parecido vai acontecer de novo.
-Eles vão falar, Serkan ! Todo mundo vai falar que eu estou tendo um caso com você e como eu vou me defender? Eles estarão certos, não estarão?
Começo a ficar desesperado. Ela se afasta e vai para o quarto. Eu não sei o que fazer, só sei que não quero perdê-la agora. Não posso!
Vou atrás dela e a puxo para meus braços, a apertando o máximo que consigo.
-Você não vai fazer isso Eda! Eu não vou desistir de nós! Que pensem ou digam o que quiserem, mas você e eu não vamos acabar aqui! Você é minha essa viagem inteira e ponto.
Eu a beijo, e ela não se afasta. Então deito com ela na cama e a prendo em meus braços, acariciando seu cabelo até ela adormecer. Não transamos essa noite, mas o fato dela ter ficado em meus braços depois de dizer que não ia mais ficar comigo, me conforta. O que temos está muito longe de acabar.
Para quem queria só uma vez ficou bem viciado né ....