Eda
Nós estamos mesmo aqui. Nesse lugar cheio. Com esse homem a nossa frente, falando sem parar. Não consigo escutá-lo, estou muito nervosa, e ansiosa. Estou mesmo aqui? Estou mesmo fazendo isso?
-Não acredito que estamos fazendo isso. -sussurro.
-Eda, segure a minha mão, cale a boca e sorria. -Serkan diz baixinho.
-Acho que estamos nos precipitando.
O padre me olha feio e eu abaixo a cabeça.
-Tarde demais para arrependimentos.
-Merda.
-Não diga palavrão na igreja
O padre me encara com horror e sussurro um pedido de desculpas. Serkan aperta mais forte a minha mão.
-Nós não temos que fazer isso, Serkan .
-Temos sim, eu gastei uma pequena fortuna nessa festa e agora você vai até o fim e vai dizer sim.
Fico calada, o coração aos pulos, nervosa. Ele acaricia minha mão com o polegar me tranquilizando.
-O que foi Eda ? Você não me ama?
-Às vezes.
Respondo e o padre pigarreia para que eu cale a boca enquanto Serkan sorri alto e pede desculpas por interromper o padre.
-Isso já é o suficiente, Eda. Não tenha medo, eu a farei muito feliz.
-Tenho minhas dúvidas, você tende a ser estúpido.
-Sei que você não me permitirá ser estúpido.
Olho para Aylin, quietinha em seu cesto, e meu coração se enche de amor. Respiro fundo e resolvo ser corajosa.
-Eu castro você na primeira estupidez.
Serkan dá uma gargalhada de novo e o padre quase o fuzila com o olhar.
-Desculpe. -ele diz, assim que o padre volta a falar, ele sussurra. -Não tenho dúvidas quanto a isso meu amor. Agora será que pode calar a boca e prestar atenção ao seu casamento?
-A palavra casamento me causa coceiras. -sussurro de volta.
-Mesmo? Em mim causa coisas diferentes. -ele passa a minha mão levemente pela sua ereção e suspira. -Ah Eda , me deixe ficar emocionado e não excitado perto de você ao menos uma vez.
Eu concordo e me calo e acho que o padre dá um suspiro dramático quando isso acontece. Agora estou excitada. Será que é pecado? Claro que é pecado, estou em uma igreja. Mas Serkan é meu marido. Quer dizer, está se tornando nesse momento. Meu Deus! Eu estou em uma igreja, só pode ser pecado. De repente quero que o padre pare de falar. Meu sapato está apertado, esse vestido é pesado e está muito calor. Sem falar que Serkan está rodando o dedo na palma da minha mão, provocando sensações em outros lugares mais ao sul. Quero sair dessa igreja e mandar todo mundo embora para ter meu marido. Marido. Eu tenho um marido. Não um de pinto pequeno, mas um simplesmente esplêndido. Ele é meu.
Olho para as meninas da empresa emburradas atrás de mim e sorrio. Ele é meu, suas vacas! Então me repreendo, ainda estou em uma igreja. Olho pelo canto do olho para Serkan e ele pisca para mim. Eu sorrio e o padre fala mais alto a palavra me chamando atenção. Aperto a mão de Serkan e sussurro:
-Quero sair daqui logo. Quero fazer amor com meu marido.
Serkan engasga e o padre para pela milésima vez fuzilando-o com os olhos.
-Não me fale essa coisas no altar, Eda. Por Deus!
-Ok, estou quieta...
Sinto que ele está tenso. Será que o estou confundido?
-Eu te amo. -sussurro. Ele suspira e aperta minha mão, a leva aos lábios e a beija.
-Eu te amo mais, Eda. Você sabe disso.
Concordo, tem que amar muito para aguentar alguém como eu. Mas eu o amo tanto! Será que existe mesmo amor maior que esse? Então me dou conta que não, é impossível que ele me ame mais do que eu a ele. Eu daria a vida por ele sem pensar duas vezes. Ele me domina como nunca achei que seria possível. Por causa dele eu tenho uma filha, nunca tinha imaginado isso. E estou me casando. Eu jurei que nunca faria isso. Mas não há nada que eu não faria por ele.
-Merda. -murmuramos juntos. É a gota d'água. O padre ergue a Bíblia, vermelho como um tomate e grita:
-Calem a boca! Calem a boca!
Nós nos assustamos e algumas pessoas na igreja arquejam. Então ele guarda a Bíblia e diz:
-Mandem entrar as alianças, vamos acabar logo com isso.
Dois loucos kkkkkk