A filha do diabo

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[Nome] ----------

O verão finalmente havia retornado totalizando dois anos que haviam se passado desde que fui embora de Tóquio.

O sol da praia de Tropea estava torrando e eu não podia pedir por algo melhor. Aproveitava o tempo com as minhas melhores amigas italianas para tomar um delicioso banho no mar mediterrâneo.

— Amiga, acho que aquele cara tá te olhando — Martina comentou enquanto jogava os fios loiros naturais para trás.

— Quem? — Perguntei empolgada e ela apontou para o homem não muito distante dali.

Ele era alto, forte, tinha o cabelo curto e loiro, além de um sorriso bem branco. Torci o nariz olhando para ela.

— Não faz meu tipo — falei e Pietra deu um tapa na própria testa.

— Não me diz que ainda está na fase de só querer homens com cabelo preto e comprido?

— [Nome] parece uma adolescente em busca de aventuras — Martina praguejou dando um mergulho na onda que se aproximou.

— Para, eu só tenho um gosto muito específico — falei dando risada e indo em direção à praia.

Nenhuma delas de fato sabia o que tinha acontecido. Só sabiam que eu sempre procurava os caras de cabelo comprido e escuro para ter um lance. É... acho que eu encontrei uma forma bem estranha de tentar esquecer o Baji.

— Já cansou? — Pietra perguntou ao ver que eu me afastava do mar, enrolando o cabelo molhado e salgado num coque alto.

— Tô pensando em comer um pouquinho de camarão.

— Fica mais um pouquinho, aí a gente vai junto — Martina pediu e eu voltei para a água.

Passamos mais algum tempo nadando e tirando fotos, aproveitando que o celular de Pietra era completamente à prova d'água, o que nos rendia ótimos registros.

Puxei a tira do biquíni azul e percebi que eu já estava bem mais que bronzeada, o que ficava bem evidente. Martina exibiu a própria marquinha e Pietra praguejou por sempre ficar vermelha, e nunca bronzeada.

— [Nome], seu primo tá ligando de novo — Giane, a amiga que detestava a água gelada do mar gritou de areia, sentada sobre a canga de praia e acenando com o braço para mim.

Fiz sinal com a mão para que ela atendesse enquanto eu corria até lá. A água estava gelada, o vento estava forte, mas o sol quente era o que deixava tudo maravilhoso. Haviam muitos turistas naquela tarde, o que deixava o local cheio até demais, mas eu não me importava. A praia de Tropea continuava sendo a minha favorita. 

Peguei o telefone da mão de Giane enquanto ela novamente se deitava feito um frango assando no sol.

— Já tava morrendo de saudade? — Perguntei atendendo o telefone.

Olha, eu preciso melhorar meu italiano. Suas amigas atendem e eu mal consigo passar do bom dia — Kazutora riu do outro lado da linha — Por que eu tô vendo só sua orelha?

— Ah, é chamada de vídeo? — Coloquei o celular para a frente e cobri com a mão, tentando enxergar alguma coisa, mas a claridade era excessiva.

Entrei debaixo do guarda-sol de Giane para poder conversar com Kazutora e finalmente pude vê-lo, embora minha visão ainda estivesse um tanto escurecida.

Aproveitando o dia de sol, aí sim — ele riu — Quando eu for pra Itália quero ir aí também. 

— Tem que vir no verão — falei sorrindo, embora não conseguisse enxergar muita coisa, Kazu parecia sorrir.

Devil's Daughter, BajiOnde histórias criam vida. Descubra agora