Encontros cruzados

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[Nome] ----------

Meu vestido preto, justo, sem alças e brilhante, que parecia feito de látex foi o que mais chamou a atenção assim que chegamos.

Talvez fosse pelo fato de eu estar absurdamente linda naquela noite, ou talvez fosse o fato de eu chegar acompanhada de três caras ainda mais gatos. Não sei exatamente o que pensaram, mas sem dúvidas não passamos despercebidos.

O clima da balada era legal. Bastante gente, música boa, aquele cheiro de fumaça artificial com bebida no ar, o calor vindo das pessoas se misturando com o refresco do ar condicionado... que clima gostoso!

-Vem por aqui, peste. -Kazu me chamou e segurou meu punho onde a pulseira dourada adornava, me guiando escada acima, até chegarmos no camarote que ele e seus amigos haviam pagado.

O lugar era bem grande e espaçoso, mas ainda tinha pouca gente. Apenas uma pequena porção de pessoas estava sentada, comendo alguns snacks e tomando drinks em copos coloridos com gelo piscante.

-Oi, eu sou o Mikey, aquele ali é o Pah-Chin! -Disse o loiro com o cabelo no ombro. Deveria ser um pouco mais baixo que eu, embora o pequeno salto da sandália colaborasse para nossa diferença de altura.

-Muito prazer! -O cumprimentei e depois fui até o outro.

Peguei uma taça de martini e passei a tomar enquanto todos conversavam. Eu estava de costas para a entrada do camarote, com os braços apoiados no guarda-corpos e observando as pessoas lá embaixo, dançando e se divertindo.

-Tá procurando sua próxima vítima? -Kazu perguntou ficando ao meu lado enquanto ria.

-Você que deveria procurar alguma. Vai ficar velho e não vai casar. -Provoquei de leve e ele riu mais ainda. -Vai, eu te ajudo. Garotos ou garotas?

-Indiferente. -Ele me olhou de soslaio com um sorriso ladino.

-Vamos achar alguém pra você hoje. -Falei determinada e ele virou de costas para o guarda-corpos.

-Você... é muito safada. Não cansa não? -Kazu apoiou os cotovelos no ferro e ficou observando os amigos enquanto eu continuava observando os desconhecidos. Pude escutar uma movimentação no camarote, provavelmente alguém tinha chegado. -Aí... não flerta com eles.

-O que? Eu não vou... -Assim que me virei, fiquei sem ar. O cabelo platinado, a corrente prateada no pescoço, os olhos claros... tudo nele era absurdamente atrativo. Mas o sorriso... aquele maldito sorriso de gente que não vale nada me quebrava inteirinha. -Puta merda!

-Nada disso. Você já pegou o Baji, a galera aqui não curte essas coisas de todo mundo pegar a mesma pessoa. -Kazu falou me encarando sério. -Vai ser dor de cabeça pra você.

-Tá, eu não vou... não vou dar em cima dele. -Mordi o lábio e por um par de segundos quase me arrependi de ter saído com Baji. Porra, aquele cara era uma delícia!

Kazutora me guiou até ele e me apresentou algumas outras pessoas que tinham chegado (incluindo o platinado extremamente cheiroso). Mitsuya falava sempre num tom mais baixo e calmo, além de olhar no fundo dos olhos das pessoas. Eu não ia flertar com ele, eu tinha prometido para o Kazu, mas...

-Então você costura? -Perguntei e ele mostrou as pontas dos dedos. Alguns estava com curativos pequenos e outros tinham minúsculas marquinhas.

-Eu tô trabalhando num projeto maior e precisa bordar à mão. Acabei ficando acostumado com as máquinas e tive uns acidentes. -Ele riu gostoso e encarava minha boca.

-Mas eu imagino que deve estar ficando tudo muito bonito! -Falei mordendo a ponta do canudo do meu segundo drinque da noite. Estava um pouco mais forte, mas estava gostoso.

Devil's Daughter, BajiOnde histórias criam vida. Descubra agora