Capítulo XVII

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"Segure minhas mãos, pequenos, eu estarei aqui por vocês."

O gosto amargo do café tomava os lábios de Hanma Hikari e ela conseguia ouvir os policiais a frente, além de conseguir ouvir com exatidão o quanto seu irmão batia o pé, visivelmente impaciente ou como Rindou afagava seus cabelos, sem a pressionar a falar algo, apenas aguardando com eles a liberação para irem embora do local.

Da cena do crime – a casa deles.

A casa onde cresceram com seu avô, onde o senhor idoso os criou e cuidou de seus machucados, onde pela primeira vez eles descobriram o que era amor e carinho – além de uma devoção sem esperar algo em troca, apenas amor. Agora tudo aquilo fora tirado deles, arrancando de seus braços e tortuosamente dilacerado diante seus olhos.

Hikari não falava, ela havia apenas chorado e com os olhos ainda vermelhos pelas lágrimas, ela se calou e apenas aceitou o carinho do namorado e do irmão, não importando-se com seu ao redor. Sua mente havia desligado, seu corpo se movia no automático e seu "eu" original estava caminhando por um mar de memórias. Arashi Rumiko se aproximou deles e conversando com Shuji, ela não conseguia ouvir e sua mente divagava.

Memórias de sua infância, primeiro dente de leite, Shuji ajudando a mesma a roubar materiais de pintura para ela, a vez em que Rindou se declarou pela primeira vez, seu avô sorrindo sobre um jantar que ela fez.

Sua família.

— Hikari. — O nome soou por sua mente, mas ela não respondeu. — Hikari, acorde, Hikari. — Seu corpo foi sacudindo e ela finalmente piscou os olhos, retornando e dando atenção ao irmão mais velho.

— Shuji. — Pronunciou com calma, observando o irmão suspirar.

— Vamos embora, vamos para casa dos Haitani's. — Informou a vendo acenar.

— O que vai acontecer agora?

— Arashi ali disse que o caso está em investigação, mas que podemos ir pra outro local e que ela entrara em contato conosco depois. — Hikari levantou-se e segurou a mão de Rindou, buscando pelo apoio do namorado e o recebendo, enquanto Shuji suspirava pesadamente, agora mirando o prédio onde moravam.

Ele estava ciente dos olhares de pena sobre ele e sua irmã. Os adolescentes que haviam perdido o avô, brutalmente assassinado naquela noite. Oh sim, os pobres adolescentes.

Não precisava ser nenhum gênio para saber que aquela comoção toda não passava de hipocrisia. Hikari costumava dizer para si, que nenhuma pessoa daquele prédio se importava com eles, além deles próprios e ela estava certa. Eles não se importavam, se o básico da sociedade lhes dizia para fingir expressões de preocupação e tristeza por ambos, eles fariam, assim como os olhariam com desprezo e nojo ao saber que eles eram delinquentes ou tinham ligação com delinquentes, como no caso de sua irmã.

My Ordinary Life | Haitani RindouOnde histórias criam vida. Descubra agora