"Me deixe te amar, com a intensidade que somente nós podemos fazer. Me deixe te amar, nos abraços calorosos que somente nós podemos nos dar. Nessa vida ordinária que nos reserva, me deixe te amar, até que esse mundo não exista mais e além dele, me d...
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Os dedos das mãos de Hikari apertavam as cordas que a seguravam, havia uma mordaça em sua boca e dessa vez foram mais inteligentes, amarrando seus tornozelos juntos e a corda não dava nenhuma oportunidade para Hikari se soltar, já que estava presa num cano liso, sem nenhuma ponta para poder tentar cortar a mesma. Maravilha.
Sequestrada de novo, aquilo era algum tipo de piada de alto nível? Só podia ser isso ou Hikari xingaria qualquer deus que fosse, ela já estava ficando farta de sequestros.
Tentando focar na raiva, era sua melhor escolha – porque não queria lidar com os demais sentimentos incluídos naquilo.
Sentia o suor descer pelo seu rosto, não de calor, mas estava nervosa. Lembranças a última vez vieram à mente e ela conseguia lembrar da dor e do nojo que sentiu da última vez. Não era bom lembrar, mas sua mente parecia a trair.
"Inferno"
— Vejo que acordou. — "E lá vem o filho da puta" — Não me olhe assim, aprendi que não podemos deixar você meia livre, que você foge.
Ali, a alguns metros de Hanma Hikari, encontrava-se Kisaki Tetta. Os olhos sombrios o miravam atrás do óculos, os cabelos estavam tingidos de preto agora, não mais loiros. Trajando uma roupa social – obviamente cara – e olhando para Hikari como se ela fosse menos que nada.
Um verme que ele tinha que lidar. Uma Hanma.
Kisaki estava farto daquela família, eles se demonstraram decepcionantes e perigosos demais. Shuji era uma arma ambulante, forte demais pro seu gosto, além de ter contatos e o conhecer, já Hikari namorava um executivo da Tenjiku, era amiga próxima de outro e tinha amizade com a rainha da Tenjiku, além de ligações com a Toman – fora que a garota era esperta demais. Hanma's eram desagradáveis, família irritante como um todo.
— Espero que já tenha sepultado seu avô. — O olhar de ódio de Hikari era visível, assim como à vontade grande de o agredir. — Eric cortou a orelha dele fora, você não viu? Para vocês aprenderem a ouvir adequadamente. — Caminhou até Hikari e abaixou-se na altura da mesma. — Você me olha como se eu fosse um nada, mas seu irmão fez coisas tão baixas quanto eu, seu namorado e seus amiguinhos também fizeram e mesmo assim, mesmo assim, você se acha melhor do que eu. — Cuspiu contra o rosto de Hikari, que não mudou a expressão de raiva, inerente ao ato de Kisaki. — Você passa seu paninho de consciência para os iguais a você, vermes vindos da camada mais baixa.
Levantou-se, virando para sair do local e nunca mais olhar para Hanma Hikari, deixaria a garota para Eric Lancaster, o famoso retalhador, lidar com ela e se preocupar agora em acabar com Shuji, conhecia o Hanma mais velho, ele era uma variável perigosa se deixasse solta. Fora que ele não pararia até o matar, após aquela garota morrer.
Kisaki não colocava muita fé que Hikari sobreviveria mais uma noite, Lancaster não era famoso por ser um serial killer bonzinho – Kisaki sabia bem disso, o viu matar alguém em sua frente.
