Lua

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Lua, diz me para onde devo ir,
Para a esquerda onde nada faz sentido,
Talvez retroceder e simplesmente fugir,
Ou queres que tente acreditar que talvez nem tudo esteja perdido?
Oh, Lua, e se fosse antes pela direita?
Lá, onde não sobrou nada,
Onde todas as minhas certezas estão desfeitas,
Por favor, Lua,  deixa-me só voltar para casa.

Lua, és tu que decides o meu caminho,
Talvez sejas a única que me percebe.
Peço-te que traces bem o meu destino,
Não o faças tão difícil quanto me parece,
Então, Lua, quando não há mais ninguém.
És tu que me fazes companhia,
Contigo ao meu lado sinto que não preciso de outrém,
Tendo-te aqui não me sinto tão sozinha.

Tu, Lua, que me tentas livrar da escuridão,
Iluminando-me na sombra e no breu,
Esta noite não me apetece ficar sozinha pela simples razão,
De saber que quando o mundo adormece, só ficam juntos, os pensamentos e eu.

Lua, és tão limpida que em ti vi,
Aquilo que um dia me vou tornar,
Vi no futuro o que será de mim,
Um reflexo meu, um recomeçar.

Linda Lua, que cintila e é visível,
No meio das estrelas és incomparável,
Um dia gostava que fosse possível,
Que como contigo acontece, alguma vez me notassem.
Lua, estou tão cansada de ser invisível,
Porque razão, umas têm que brilhar mais que as outras?
A culpa é das estrelas, é a resposta mais previsível,
Mesmo que desta vez todas elas sejam neutras.

Então Lua, tenho um último desejo,
Faz-me ser a melhor versão de mim,
Dá-me o controlo da minha vida,
É o último favor que te peço a ti.

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