Ainda os confundo.
Sim, por vezes ainda misturo os números:
Como misturo o passado com o presente.
Engano-me e corrijo-me, segundos depois,
Mas volto a fazê-lo, no dia seguinte.
E sinto-me bem ao fazê-lo:
Erro e lembro-me de ti.
Tu que sempre foste melhor que eu na matemática:
Acredito que ainda tens facilidade com números.
Tu, os números e as raízes quadradas ainda caminham de mãos dadas,
E eu tropeço ainda em números ao quadrado e subtrações somadas.
Os meus dedos ainda escorregam para os números errados.
E vejo-te.
E imagino-te outra vez, à porta:
Eu insiro os números,
Tu seguras-ma para que entremos juntos.
Ou ao contrário!
E volto ao presente.
Aqui nunca entrastre.
Nunca seguraste esta porta para que eu entrasse.
Não te enganaste nestes números.
E quero-te aqui!
Depois sinto saudades tuas!
E bloqueio-me em divisões e multiplicações.
Entro, fecho a porta.
Mas volto a sair.
Percorro toda a rua.
Chego e já não me engano nos números.
Porque ali ainda estão certos...
Naquele passado os números são ainda os mesmos.
Mas não é como antes.
Entro sozinha,
Entras sozinho.
Marcamos os números mas distintamente.
Porque regressamos por vezes.
Regresso e tu ficas.
Ou eu fico e tu regressas.
E num dia normal encontro-te por acaso.
E olho para ti, agora realmente.
Longe da matemática...
Desvias o olhar mas sorris.
Eu não desvio nem sorrio.
És bom na matemática.
Tu não confundes os números...
Sim, eu ainda os confundo.
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Vida Em Versos
Poetry"Poesia é quando as emoções encontram o pensamento e quando o pensamento encontra as palavras." *Coletânea que inclui TODOS os poemas que escrevi. Estes aparecerão, no entanto, em outros livros, separadamente, divididos por categorias.