Esquecimento

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Acabou.
De repente, parou de bater aquele coração.
Está morto.
Como assim?
O tempo parou para ele.
O relógio ficou parado nas 13h41.
Já não posso ouvir a tua voz.
Já não posso olhar-te nos olhos.
Não posso mais contar contigo.
Passa-se um dia e todos estão ao teu lado.
Aqueles com quem não falavas.
Aqueles que te odiavam.
Aqueles que não se importaram.
Todos reunidos a chorar lágrimas de gelo,
Que caem no chão e se estilhaçam,
E que, já pisadas e já em água, evaporam em segundos.
Que fazem estas pessoas aqui?
Todas te desprezam,
Nenhuma fazia questão que ficasses.
E tu aí,
Sem vida,
Com os olhos fechados,
Mãos entreabertas.
Que acharias tu disto?
Ontem:
Imaginarias tu o que estava por vir?
Morreste.
Agora és memória,
És lembrança,
És passado.
E com o tempo, não és nada.
És só mais um nome estampado na pedra puída.
Um jardim de flores mortas.
A imagem do que alguém foi.
És o esquecimento.

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