Farsa

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Será que um dia serei sincera,
Admitir tudo o que por ele sentia,
Parar de odiar tudo aquilo que era,
Pelo menos uma vez na vida.

Pararei de dar respostas vagas?
Só para não perceberem aquilo que sinto,
Hoje em dia já perdi as contas,
De quantas vezes eu lhes minto.

Quantas vezes em conversas,
As fiz acreditar naquilo que queria?
Só para não verem o quão fraca eu era,
Para não perceberem o quão facilmente eu caía.

É tão difícil dizer-lhes o que penso,
Enfrentar sentimentos sem corar.
Ser aquilo que sou por um só por um momento,
Ir ao passado sem medo de não regressar.

A culpa que me atormenta por não contar a ninguém,
Os desvaneios que tenho quando estou sozinha.
O medo que tenho que contem a outrém,
As antigas paixões de uma miúda tímida.

Será que nos meus olhos há alguma ponta de verdade?
Nas mentiras que me saem dos lábios.
Desaponto-as tanto com a minha realidade,
Perguntas sem respostas e os vazios diálogos.

Um dia agirei como se não houvessem bandeiras vermelhas,
Pararei com toda esta farsa,
Admitirei o que fui por mais difícil que seja,
Um dia deixarei cair a máscara.

Queria deixar de ser assim,
Não ser tão reservada com elas.
Poque me disseram tudo sem nada em troca,
Enquanto as minhas falas estão presas na cela,
Que não me deixa aceitar-me a mim própria,
Mas afinal qual é o meu problema?
Que tal parar de ser hipócrita.
Se nem lhes contei que escrevo poemas.

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