VI • este lado para o inimigo

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A batida na porta era dessa vez mais persistência e em alto e bom som. Passo por passo me aproximo dela no intuito de colocar una barreira de proteção como aquela, carregada de livros e algumas decorações, impedindo por um tempo a passagem dele. Mesmo que meu coração estivesse prestes a pular do peito, me mantenho firme diante da situação. O quão preocupada eu deveria estar? Bom, em uma análise rápida, percebo que o curativo em mim já estaria dando adeus e a mancha só aumentará.

Maldita hora para Arthur apareceu.

Perceber que Steven não possuía nenhum objeto pontudo na sua casa e não continha nenhuma faca afiada o suficiente para ferir quem viesse, só mostraria o quanto ele é diligente e cuidadoso. Era necessário arrumar uma solução rápido!

— Podemos conversar? — e aquele do outro lado da porta perguntará outra vez. Todos os cantos do apartamento não seriam a melhor opção para se esconder, além de pequeno e claro, eu estaria sem saída. Minha única alternativa era a janela, mas sem os equipamentos necessários para um excelente pouso, seria difícil sair daqui. — Sei que está aí. É só uma conversa e prometo que vou embora. — Arthur dirá e sua voz sairá abafada, como se o mesmo estivesse colocando seu rosto contra a porta. — Não faça as coisas serem mais difíceis.

A sua persistência é interrompida pelo próprio, já que as vozes no corredor e passos rápidos são possivelmente escutados, então, um barulho alto e estrondoso preenche o ambiente, sendo seguidos de fortes pancadas na porta. Certamente aquele homem pedirá para seus homens fazer o trabalho sujo que ele não conseguia.

Seguiu então duas batidas foram aplicadas prontamente, derrubando uma boa parte dos livros e o que mantinha nela. Mas, imediatamente, uma troca de tiros preenche o corredor. Homens passam a gritar em mandarim, quem estivesse desferindo os tiros estaria derrubando boa parte deles, isso só me faz retirar a prateleira que já se encontra vazia. No momento que a porta é aberta, sou surpreendida por um cara que tentará me golpear diversas vezes, contudo, assim que ele tentará acertar seu punho em meu rosto, consigo abaixar com uma certa dificuldade mas ainda sim acertando em cheio seu estômago a ponto de fazê-lo cambalear para trás, seguido de um chute no mesmo local, finalizando com ele, derrubando com mais um chute e mais um em sua cabeça com um dos livros que estariam jogados pelo o chão. O impacto da capa dura contra o rosto dele,  faz o mesmo cair com tudo no chão.

Notar que os tiros teriam finalizado, faz com que eu saia do apartamento ainda em alerta, segurando uma pequena pistola que havia no colete daquele cara. Atenta com qualquer movimentação estranha, dou um passo de cada vez para me aproximar do elevador.

O corredor está completamente bagunçado e, um cheiro metálico de sangue paira fortemente pelo ar. Os respingos e rastros agourentos espalhados pelo chão indicam que uma luta feroz aconteceu ali.

Quando estou prestes a descer pela escada, uma figura familiar surge no mesmo momento, era como se ela estivesse para ali alguns minutos. Nossas armas estão apontadas em nossos rosto, mas, logo sendo abaixada ao perceber que não tinha nenhum risco em atirar uma na outra.

— Vem, eu vou te ajudar a sair daí.

E eu nem tenho tempo de pedir explicações.

— Você é a Layla...

Os pensamentos que circulam minha cabeça do porquê dela estar ali, me deixa um pouco agitada.

— É... — ela dirá entre seu suspiro ofegante, parecia que havíamos corrido uma maratona. — Ayla, não é? — assenti, não tendo saliva o suficiente para poder responde-lá. Ainda estaria buscando o ar que perdemos durante o caminho ao sair do prédio. — Vem, precisamos sair daqui.

Just my type • Moon KnightOnde histórias criam vida. Descubra agora