— O que disse?
Questiono, intrigada pela pergunta que soa estranha em direção aos meus tímpanos.
— Peguntei se a senhorita precisa da minha identidade.
— Oh não. Eu não irei precisar, não no momento. — digo em meio a um sorriso. Seu sotaque definitivamente me pega de surpresa. Não era nada semelhante ao que Cassie tenta imitar. — Desculpe-me, é que seu sotaque, acredito que seja espanhol, me fez compreender outra coisa. — sorrio de forma educada, me propondo a sentar e aconselhando que ele fizesse o mesmo. — Enfim, sente-se e me conte do que precisa, senhor Lockley. Pelo que compreendi, parecia que o senhor queria um advogado com urgência. Me coloco em disposição para servi-lo.
— Na realidade são algumas dúvidas, no qual eu preciso ter a razão consciência do que fazer. — assenti, imaginando o quão necessário era essa sua pressa apenas para algumas "dúvidas". — Por mais que Matt Mourdock seja um ótimo advogado, soube que a senhorita é mais adequada que ele.
Diante do elogio me proponho a sorrir, sem lhe demonstrar muito minhas emoções, o momento era pra demosntrar o quanto eu poderia ser profissional.
— Pós não, pode começar.
— Infelizmente um parente meu faleceu essa semana e ele me prometeu seus bens, eu tinha o direito de tudo que lhe dizia respeito. — ele suspira antes de continuar e com isso, consigo perceber a irritação que continha em seu semblante. A forma no qual suas sobrancelhas se mexiam e franzinham de acordo com suas mãos, expressa sua repulsão. O que me chamou atenção pela atitude. — Acontece que alguém fez questão de chegar primeiro, pelo que eu soube, parece que ele mentiu para mim.
— Por acaso conhece essa pessoa que lhe tirou tudo?
— Creio que sim.
Por alguma razão seu olhar repousou sobre o meu, durando apenas alguns segundos mas sendo capaz de buscar até o fundo da minha alma com aquele olhar penetrante. Suas íris escuras o deixaria um tanto ameaçador, como se ele conhecesse meu passado ou a minha pessoa.
— Ela tinha direito para isso?
— Talvez. — foi só então que ele desvia, capturando qualquer coisa em meu escritório, que não fosse minhas íris o analisando. — Quero dizer, eles se conheceram por um tempo, no qual eu não estava presente e por alguma razão, acredito que ele tenha realmente me enganado.
— Posso me colocar a diante do caso e fazer com que, tanto você e essa pessoa, pelo menos recebam uma metade dos...
— Não. — ele é rápido em dizer, impedindo meu argumento, parecendo não querer escutá-lo. — Eu quero tirar tudo dela. — observo a malévolência em seu tom de voz, fazendo com que o mesmo batesse seu punho contra minha mesa, chegando a derrubar algumas canetas. Sua atitude repentina, me pega de surpresa, me fazendo cerrar os dentes enquanto mantinha repreensão no olhar. — Ela não tem direito de ficar com nada dele.
— Compreendo. — falo, de maneira pacífica, soltando a caneta para analisar os rabiscos na minha caderneta. De fato, eu não estaria adequada para sequer trabalhar. — Mas se quiser que eu faça as coisas da maneira certa, precisa entender que eu trabalho mais além do que apenas informações e essas suas dúvidas. — por mais que eu não quisesse soar rude, não pretendia que o mesmo destribuisse sua fúria como se fosse um animal.
— É complicado. Não acreditaria em mim se eu dizesse.
— Por que não tenta?
— Ela está morta também e não tem nenhum parentesco. — dessa vez faço questão de manter o contato visual com ele por um tempo, de fato aquilo me pega desprevenida. O que aquele homem queria tanto? E por quais razões presenteia que seu olhar poderia muito bem saber quando eu estaria mentindo? — E pelo que sei, também não existe mais nada com ela, é como se tivesse sido absorvido. Até onde eu sei. — assenti, pressionando firmemente os lábios antes de poder buscar seu contato novamente.
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Just my type • Moon Knight
Romansa"É como se eu te conhecesse, bem antes de te conhecer".