II • conflito de interesses

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O céu azul preenche a cidade de Londres, assim como o sol escaldante que agora ilumina o apartamento de Ayla.

As luzes fortes dos raios solares adentram as cortinas entreabertas, acordando quase imediatamente a mulher que dormia, acordando ao poucos, como um pequena dificuldade para abrir seus olhos. Ayla não conseguia se recordar muito bem dos acontecimentos da noite passada.

Depois de tomar uma boa parte de seu whisky ao chegar em casa, a ressaca lhe atingiu em cheio ao amanhecer. Por que beber tanto na noite passada? Ela se pergunta, resmungando em seguida por ser tão irresponsável consigo mesmo. Claramente teria sido o estúpido que havia saído, claro, era isso! A fala sai mentalmente, se recordando bem do ocorrido de ontem e também daquele estranho.

Um sorriso aleatório cresceu em seu rosto, por razões inexplicáveis, ela conseguia se lembrar bem do homem e de seu nome. Steven Grant, o tagarela atraente que quase teria passado a noite conversando.

Ela olha bem para o buquê no centro de sua mesa, as pétalas ainda tinham vida com as rédeas dos raios de sol atingindo o centro de sua sala de estar. Era um molho de flores dentro de um jarro antigo, uma antiguidade que lembra seu pai. Aquele homem adorava consumir itens extraordinários, sendo fascinado pela coleção de objetos raros.

Porém, algo a mais rodeia seu pensamento, fazendo-a se sentir estúpida por ter tanto tempo seu olhar preso sobre o buquê.

Talvez pelo fato de não ter chamado Steven para sua casa ou convencê-lo à beber consigo, uma das duas opções o faria estar na sua cama e não passaria sua noite de forma solitária.

Contudo, ela dá de ombros para as opções e afasta o pensamento irritante, Ayla se propôs a se manter de pé e fazer o que sabia de melhor, um bom café da manhã, entretanto, antes de fazer tal coisa, seu celular passa a tremer sobre a mesa, atrapalhando sua rotina para atender uma ligação no qual parecia urgente.

— Oi Karen. O que aconteceu? — perguntou em um bocejo sonolento. — Me ligar nesse horário é sacanagem.

— Preciso que me cubra no trabalho hoje. Tô passando mal e estou sem condições para ficar perto de crianças.

Instantaneamente os olhos de Ayla rolam diante do pedido repentino, eram oito da manhã e logo um serviço lhe aparece, sempre algo atrapalhando sua boa rotina. Ela amaldiçoaria Karen mentalmente por ter pego um emprego que não correspondia à ela. Uma vez jornalista sempre jornalista, um lema antigo, agora, cuidadora de criança.

— Tá de sacanagem... — do outro lado da linha, ela consegue escutar bem o gemido sôfrego saindo dos lábios da loira, que tossia constantemente. Não era brincadeira, pelo menos não dessa vez. — Está bem, só me fale aonde é e eu estarei lá.

— É aquele museu britânico que exibe história egípcia.

Ayla resmungou, tinha péssimas memórias dos acontecimentos de lá. Se recordando bem de quando era criança e sendo atormentada por moleques insolentes que sempre a perturbaram. Claro que a culpa não era do museu, entretanto, as lembranças que teria passado no tal lugar a deixaria assombrada.

— Tudo bem. Por quanto tempo pretende ficar nesse trabalho?

— É temporário. — mais uma vez ela tossiu, cortando um pouco a linha da ligação. — Não se preocupe, Foggy e Amy estão lá, só que é necessário mais um responsável. Duas pessoas não dão conta daquelas crianças.

Just my type • Moon KnightOnde histórias criam vida. Descubra agora