III • beijada pela lua

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Imprestável! É isso que aquele advogado inoportuno era.

Depois de me fazer passar praticamente todo meu tempo prestando atenção em casos no qual já conhecia, Matt me obrigou a escuta-lo falar sobre as antigas ocorrências no qual eu teria me saído mal. Apenas para poder esfregar sua vitória em minha cara.

Sinceramente, eu não o odeio, entretanto, sua persistência de me fazer ficar até o final da tarde, justamente quando eu tinha um encontro com Steven, me fez sentir um misto de raiva pelo advogado.

Já fazia pelo menos uma hora e quinze minutos que estaria atrasada, mandar uma mensagem para ele não adiantou muita coisa, aquele nem chegando a visualizar. Eu não tinha comparecido ao horário marcado e isso me lembrará bem de como nos conhecemos, me sentia bastante culpada por não dizer a Matt que eu teria um compromisso sério há uma hora atrás.

Foi quando acabo dando de cara com a ligação repentina do meu celular e o nome do contato fará com que um aperto surge em meu coração.

É ele.

Suspiro fundo, estando chateada comigo mesma, pensaria melhor no que diria enquanto atendia sua chamada.

— Oi Steven.

Comento sem graça, batucando de leve os dedos sobre volante, tinha certeza que ele escutava do outro lado da linha.

— Oi Ayla, eu acho que não poderei comparecer, eu tô atrasado e também não tô adequado para nosso encontro.

Uma risada nervosa escapa de seus lábios enquanto o suspiro dele me faz ficar pior, a certeza de que ele está decepcionado comigo só me fazia se sentir a pior pessoa do mundo.

— Bom, então somos dois. — rio nervosa, pretendendo ser no mínimo sincera comigo mesma. Já estaria impaciente com aquele sinal vermelho que surgirá e eu nem poderia sonhar em levar mais uma multa. Entretanto, parecia que o mundo inteiro decidiu ficar contra mim hoje. Aparentando ser proposital. — Me atrasei também, mas não se preocupe! Em alguns minutos estarei aí. — o silêncio dele me diz tudo, obviamente aquele já me esperava há um bom tempo e parecia esconder isso. No entanto, aquilo não foi o pior, só então que começo a escutá-lo, percebendo que do outro lado da linha que o tal estaria choramingando e soluçando, os lamentos era baixos e passariam despercebidos se eu não tivesse escutado com atenção. — Steven...? — quase mal consigo dizer seu nome, parecia que havia um nó na garganta justo naquele momento. — Está chorando?

— Não, eu não tô não. — a mentira não passa despercebida quando ele tenta esconder tal emoção e assim que ouço com atenção ele assoar seu nariz com algum tecido, a culpa me atinge de imediato. — É a rinite, a mudança repentina do tempo faz isso. Que hilário, não é? E olha que o céu nem tá nublado. — a risada forçada e com um misto de emoções me afeta e muito.

Mentalmente passo a me xingar, querendo bater em mim própria por não ter lhe explicado a situação antes.

— Eu já tô chegando, não se preocupe. Só me espere. Ainda está no Museu?

— Sim, de frente à ele. Tinha um coiote louco me seguindo! — sua mudança de expressão me pega de surpresa. Honestamente, não esperava que ele fosse se exaltar daquela forma. — Eu não vi mais ele e agora eu tô de frente ao museu, eu nã-não sei...

Aconteceu alguma coisa com Steven, contudo, não conseguia distinguir do que ele tanto fala, se perdendo nas próprios sílabas e atropelando suas próprias palavras.

— Steven, me escuta...respira fundo e depois inspira. Tá ok? — não sabia se aquilo tinha o acalmado, entretanto, ele não fala mais nada, parecendo processar bem minhas palavras, foi só então que consigo respirar de alívio quando o escuto sussurrar a seguinte coisa repetidamente: "eu tô bem, eu tô bem, são coisas da sua cabeça". — Eu já estou chegando, só me de alguns minutos.

Just my type • Moon KnightOnde histórias criam vida. Descubra agora