Um: Fast Through The Traffic Lights

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Finalmente eu voltei! Nem posso acreditar que estou escrevendo novamente sobre os meus bebês! Até tentei trazer um pouco mais de normalidade para cá, uma vez que Wildest Dreams foi completamente fora da casinha, mas eu não prometo nada! E se você está aqui e ainda não leu WD, acessa o meu perfil e dá uma olhadinha!  Seguimos com o mesmo esquema de até dois capítulos por semana e quanto a quantidade de capítulos eu realmente não sei ainda. Votem e comentem bastante! Com amor, Nic.


A perna de Will não parava de balançar.

E ele ouvia o tic-tac incessante do relógio de parede que deveria facilmente custar mais do que sua casa.

O consultório de Hannibal Lecter mal se parecia com um e era estranhamente confortável, Jack e Beverly haviam insistido em uma consulta mais íntima, já que havia uma longa fila de espera para uma consulta normal no hospital de Baltimore. E com isso, Abigail não estava presente. Ela já sabia, é claro, da péssima notícia que era ter uma doença se espalhando sob seu cérebro da forma mais nociva possível, contudo, havia reagido de maneira positiva e talvez isso tivesse aliviado Will da responsabilidade de parecer uma rocha sólida o tempo todo. Ele tentava processar, dizer a si mesmo que a frustração era o menor de seus problemas e que precisava ser forte para que sua filha saísse ilesa, mas, não era assim que as coisas funcionavam na maior parte do tempo.

Abigail insistia em continuar indo as aulas, continuar vivendo uma vida normal, mesmo quando ele acreditava que ela precisava era de um bom período de descanso, contudo a garota era tão teimosa quanto o próprio pai e por todos os deuses existentes, ele não poderia fazer nada em relação a isso.

O ambiente estava lhe deixando nervoso, ele não conhecia de fato o médico mas conhecia sua fama e até mesmo sabia que ele era um dos amigos mais próximos de Jack, graças ao trabalho em capturar um assassino famoso alguns anos atrás através de seu perfil psiquiátrico. Não que Will Graham fosse burro, ele poderia ter um doutorado se quisesse apenas com suas teses e teorias, isso sem contar seus artigos criminais para revistas de todo o país, contudo, ele sentia-se intimidado por pessoas inteligentes e bem sucedidas da mesma forma. Um costume, ele poderia classificar.

Ele estava aguardando há pouco mais de dez minutos quando a porta se abriu e um paciente saiu — ele era baixinho e parecia nervoso, como se tivesse acabado de chorar e bom, isso era parcialmente comum, Will imaginou que as pessoas de fato chorassem ao contar seus traumas para um estranho. Um profissional, é claro, mas continuava sendo um completo estranho. Ele detestava terapia justamente por esse maldito motivo bobo, sentia-se invadido, como se estivesse abrindo uma compota que não poderia fechar tão facilmente. Graham acreditava que as coisas eram mais fáceis quando se era ignorante sobre sua própria cabeça.

Quando tempos sombrios se abateram sob sua cabeça, ele salvou a si próprio construindo uma família e por mais que o próprio Crawford tivesse o punido por sua instabilidade mental, ele não cedeu a seus joguinhos estúpidos que exigiam um maldito laudo psiquiátrico, comprovando sua lucidez.

O médico era mais bonito do que Graham esperava — ele vestia um terno de três peças que parecia extremamente caro e seus cabelos levemente grisalhos estavam bem alinhados para trás. Ele não era muito mais alto do que Will, entretanto, isso não tornou a situação menos aterrorizante e ao se levantar, o agente do FBI se sentiu mais desastrado do que normal. O laudo médico parecia amassado em sua mão e Will não conseguia evitar sentir-se como um grande estúpido, começando a pensar que aquela era uma péssima ideia senão fosse por sua filha e o maldito tumor se espalhando mais a cada segundo, a cada dia.

State of Grace | HannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora