Quatro: Touch and Go

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Mais um capítulo saíndo e apesar de eu ter prometido atualização para ontem, não consegui ter tempo para escrever, amores. Entretanto, aqui estou eu e se eu não conseguir manter a atualização frequente de uma vez por dia, provavelmente será um dia sim e outro não. Esse capítulo é mais como um prelúdio para o que vem depois, então será mais curtinho. Curiosidade: State of Grace é completamente baseada na música da Taylor Swift e cada capítulo tem um parágrafo dela. Não esqueçam de votar e comentarem bastante aqui! Amo vocês!

Will observava o homem atentamente enquanto ele explicava os termos médicos do quadro de Abigail. Ele não poderia deixar de reparar que mesmo com as mangas erguidas, aquela camisa ainda parecia ser algo chique, bem como o terno que estava usando sob seus ombros para se aquecer. Hannibal estava claramente ocupado e uma onda de satisfação atingiu Graham ao saber que tinha certa relevância mesmo na vida de um desconhecido, um estranho como Lecter.

Ele era esquisitamente atencioso e parecia até mesmo preocupado, contudo, Will ainda mantinha sua defensiva ensaiada erguida já que apenas a possibilidade de ter uma conversa minimamente pessoal com um psiquiatra parecia o assustar mais do que qualquer outra coisa além do estado físico de Abigail.

Segundo as informações dadas pelo médico, Abigail precisava de repouso extremo, já que estimulação excessiva do cérebro traria tais acontecimentos a algo diário e eventualmente, a frequência com que teria de monitorar a garota aumentaria. Talvez uma tática de chantagem, claro, mas talvez assim Will aprendesse a observar um pouco mais, Hannibal pensou. Ele via, ele sabia, claro que sim, mas ele não dava uma chance ao óbvio e era isso que o fazia permanecer completamente cego.

— Você deveria ter o meu telefone para esse tipo de emergência, Will Graham. Acredito que minha residência seja muito mais perto do que o hospital de Baltimore e para todos os casos, tenho um consultório médico que atende as necessidades de Abigail. — Hannibal sugeriu, observando como Will apresentava o comportamento de um gato amuado, recuando e pronto para recusar. — Além do fato que pode vir a ser muito mais cômodo para ambos os lados.

— Certo. Como quiser. O número, é claro. — Ele parecia meramente desnorteado, segurando o casaco com força sob os ombros até que a ponta de seus dedos estivesse esbranquiçada. Will rapidamente digitou seu número no aparelho excessivamente moderno de Hannibal que lhe fora estendido com educação e aceitou um cartão bege e minimalista que continha as informações necessárias, tirado do bolso da calça social.

— Não se acanhe, Will. Se Abigail apresentar qualquer anomalia em suas funções mais básicas eu peço que me ligue. É o meu número pessoal, estará sempre disponível para você a qualquer hora do dia. — O médico parecia empenhado em cumprir seu papel e ganhar a aprovação do agente, mas, aparentemente, não estava tendo muito sucesso.

— Tenho certeza que depois de hoje, não será mais necessário. Tomarei todos os cuidados necessários para com minha filha. — Will respondeu evasivo, se encolhendo um pouco mais para dentro do casaco e arrancando um sorriso ladino de Hannibal.

Se ele tanto o negava, por que parecia mais vulnerável a cada instante?

Hannibal não saberia dizer se sua obsessão estava o levando a ver coisas, entretanto, ele sentia-se como Lestat de Lioncourt moldando seu próprio Louis. Fazia sentindo a métafora de vampiros e eternos amantes porque ainda sim, ele poderia se ver como parte criador de quem Will seria e muito em breve, o deixaria ser visto. Hannibal era como um espelho e Will o reflexo em negação, mas, não por muito tempo. No fundo o psiquiatra sabia que não era nada além de uma admiração e desejo de se sentir aceito, iludia-se quem pensava que Hannibal Lecter era capaz de amar alguém e por mais humano que desejasse parecer, Will Graham era também a peça de xadrez fundamental para sua santidade e com todas as reflexões pairando em sua mente, ele sentiu-se mais aliviado em constatar certa veracidade em tais.

State of Grace | HannigramOnde histórias criam vida. Descubra agora