| Capitulo 6 |

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- Arizona, o jantar está pronto! - grita minha mãe do andar debaixo.

Sai da cama e desci as escadas para encontrar minha mãe na cozinha onde a mesma servia meu prato.

- Parece delicioso, mãe - eu a elogiei antes de pegar meu prato e dar um sorriso pra ela.

De repente, houve uma batida na porta, e ouvi minha mãe suspirar e murmurar sobre como as pessoas deveriam ser mais atenciosas na hora do jantar. Ela bufa alto enquanto caminhava até a porta, abrindo-a com uma mão e seu prato na outra.

- Desculpa, mas não estamos interessados em nada - ela começa a falar mas para de repente e logo em seguida escuto um barulho de algo se espatifando no chão.

Vou correndo até a porta para ver o que estava acontecendo e me deparo com minha mãe de pé abalada, com dois homens parados à porta vestindo uniformes militares.

- Sinto muito- foi tudo o que eles disseram, e o apenas isso que precisavam dizer.

- Não! - eu gritei enquanto me chocava de joelhos no chão - Não, meu pai, não!

- Papai... - eu sussurrei.

Eu começo a tremer, meu corpo se descontrola por conta dos soluços dos choros. Meu corpo continua tremendo cada vez mais, minha mente incapaz de controla-lo

- Arizona! - uma voz gritou - ARIZONA!

Acordo sobressaltada, me levantando abruptamente, suor e lágrimas se misturavam em meu rosto, enquanto me levanto tentando recuperar meu fôlego. Levei uma mão até o peito enquanto a outra limpava apressadamente as lágrimas de meu rosto. Olhei em volta e vi Callie ajoelhada ao lado da minha cama, me encarando e segurando meus ombros com firmeza. Era ela quem estava me sacudindo e me chamando.

Olhei para o relógio na parede que já marcavam 05:53hrs da manhã quase a hora do nascer do sol. Resolvi pegar minhas coisas e ir ao banheiro, enquanto Callie ainda estava sentada em sua cama me encarando.

- Desculpe se te acordei - eu disse, antes de pegar um moletom com capuz e sair pela porta dos fundos indo para o pátio ao lar livre

Do lado de fora era maior do que eu imaginava. Tinha uma pequena mesa de vidro com duas cadeiras, um spa para quatro pessoas, um balanço de pneus e uma maquina de lavar roupa. Caminhei até o balanço do pneu e subi, esperando e observando o céu à medida que ele ficava cada vez mais brilhante.

Eu estava mais do que envergonhada por Callie ter me visto ter um pesadelo, um dos piores que eu já tive em semanas. Eu estava com medo dos insultos que ela iria me lançar, e sabia que ela diria a todos os seus 'amigos' exatamente o que tinha acontecido. Pensei em pedir a ela para não contar a ninguém, mas desisti. O pensamento de eu não querer que ninguém soubesse provavelmente a faria querer contar a mais pessoas. Decidi ficar de boca fechada.

Eram 6:47hrs quando o sol surgiu das árvores no vale. O céu se transformou em um belo ouro, as nuvens espalhadas brilhando em um rosa brilhante como fio de fada. Foi o nascer do sol mais bonito que eu já vi em toda a minha vida, e eu só queria compartilhar a experiência com outra pessoa. Qualquer outra pessoa.

Quando entrei, o céu estava com uma linda luz azul claro e o sol estava bem e verdadeiramente alto. Desci do balanço dos pneus e entrei, na esperança de dormir um pouco mais. Quando entrei pela porta dos fundos, vi Callie sentada na pequena mesa de jantar, devorando seu café da manhã. Ela silenciosamente empurrou meu prato em minha direção e eu a olhei desconfiada.

- Eu não envenenei - ela disse sem expressão.

- Vou torcer que não - eu respondi, sentando-me e cuidadosamente cortando a comida em pedaços pequenos.

Isoladas - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora