| Capitulo 7 |

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Acordei às 06hrs da manhã, esticando meus músculos e sentando na cama. Olhei para a cama de Callie e a vi dormindo em paz, seus cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro enquanto respirava ritmicamente. Peguei algumas roupas da minha mala e fui ao banheiro, trocando meu pijama e vestindo a roupa para o dia.

O sol começou a nascer e, a luz brilhou através da janela, iluminando a poeira que flutuava pela sala. Levantei-me silenciosamente, não querendo acordar Callie, e saí para ver o nascer do sol. Enquanto passava silenciosamente pela cama de Callie, notei o pacote de protetores de ouvido fechado, ao lado de sua cama onde eu os havia deixado.

Sentei-me no balanço de pneus como no dia anterior, observando o céu mudar de azul profundo para um belo tom de rosa e laranja. Em vez de apreciar o lindo céu, me vi pensando em Callie. Por que ela estava sendo tão gentil comigo, e se ela tivesse agido assim quando me mudei para Stone Creek, poderíamos ter sido amigas?

- Você realmente gosta de nascer do sol, hein? - ouvi Callie dizer atrás de mim.

Eu dei um pulo de susto, perdendo o controle sobre o balanço e quase caindo. Callie correu para a frente, me pegando pela cintura para garantir que eu não caísse. Suas mãos entraram em contato com a minha pele nua sob minha blusa, e elas ficaram lá enquanto eu me endireitava.

- Uh, obrigada... - eu disse sem jeito, e ela rapidamente tirou as mãos da minha cintura, virando-se e correndo de volta para dentro da cabine.

Eu esperei até o sol fazer o seu caminho até o céu antes de me virar e voltar para dentro, vendo Callie sentada na minha cama e vasculhando minhas roupas, de novo!

- Posso ajudar? - perguntei, e ela se virou, segurando uma calcinha de renda nas mãos.

- Arizona, a rameira fazendo jus ao nome dela - ela sorriu maldosamente, e eu peguei a calcinha das mãos dela e as coloquei de volta na minha bolsa.

- Eu não sou a porra de uma rameira Callie - rosnei, empurrando-a para fora da minha cama e me sentando, jogando minhas roupas de volta na minha mala e fechando-a.

- Bem, o que você fez foi muita sacanagem... - ela disse lentamente, e eu cerrei meus punhos com força.

Eu podia sentir as lágrimas ameaçando derramar em minhas bochechas, mas eu rapidamente as forcei a ir embora. Eu estava desesperada para não deixá-la chegar até mim, para não reagir às suas provocações, mas a cada dia que passava estava ficando cada vez mais difícil.

- Eu não fiz nada... - eu sussurrei, sabendo que se eu falasse mais alto minha voz falharia.

- Não minta, Arizona, Addison viu você e DeLuca praticamente fodendo naquela festa - ela disse, e eu apenas balancei minha cabeça.

- Eu não queria aquilo - minha voz saiu embargada e não consegui conter a lágrima que caiu em minha bochecha.

- O que você quer dizer com "não queria aquilo?" - perguntou

- Quero dizer exatamente o que eu disse Callie, você é burra? - falei alto, levantando-me de minha cama e encarando-a - Ele me forçou, eu disse que não estava interessada e ele disse que me deixaria interessada

- Eu não enten... - ela começou, mas eu a interrompi.

- Não, é claro que você não entenderia. Você acabou de ver outra oportunidade de arruinar minha vida e aproveitou! - quase gritei com ela - Se Addison não tivesse nos procurado, ele teria me estuprado

Ela não falou mais nada, apenas ficou lá olhando para mim, sua mandíbula caiu e seus olhos arregalados. Tentei me acalmar, mas era quase impossível. As lembranças daquela noite voltaram à tona e eu não pude detê-las, um tsunami de flashbacks traumáticos entrando em minha mente. Minhas lágrimas caíram livremente em minhas bochechas e eu estava além do ponto de tentar enxugá-las. Eu fiquei lá chorando, olhando para ela enquanto ela olhava de volta para mim.

Isoladas - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora