Passe de mágica

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Voltei com mais um capítulo para vocês, espero que gostem bastante e prestem atenção aos detalhes porque são muito importantes. ❤

Boa leitura e comentem 😌

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Pov Camila

-EU TE ODEIO! EU TE ODEIO! (Lunna gritou com as duas mãos na cabeça se encolhendo)
-Amor? (chamei recebendo um  olhar aéreo da minha esposa e me aproximei) Vem cá.
-E-eu vou... Sei lá. (ela murmurou quase saindo do quarto, mas a segurei)
-Fica tranquila, Amor. (toquei seu rosto e vi uma lágrima cair molhando sua bochecha)
-Eu vou deitar um pouco. (ela murmurou e beijei sua testa suavemente)
-Fica tranquila... Eu te amo, bebê. (sussurrei e vi sua carinha de choro) Vai lá.

Esperei que Lauren saísse do quarto e sentei na cama procurando as palavras certas, eu não sei nem como agir com uma situação dessas, Lu já tinha dado indícios de que estava com medo da Lauren se afastar, que estava insegura, mas não dá para querer que uma única sessão de terapia mude algo. A chamei baixinho e vi Lunna chorar como nunca havia feito, ela estava agarrada em mim como se eu pudesse fugir. Apertei a minha bravinha em meus braços e ficamos assim por longos minutos, sabia que assim com a Lauren, Lunna estava guardando muita coisa.

Lunna sempre foi muito parecida com a Lauren, seja no jeitinho bagunceiro e turrão quanto com as questões dos sentimentos, ainda mais agora com o que aconteceu. Lunna ainda não confia o suficiente na papa dela depois do afastamento, é como se qualquer negativa da Laur ativasse o gatilho nela de abandono. Eu quem sempre fico no meio tentando equilibrar tudo porque sei que o trabalho da Lauren a faz viajar às vezes, mas fazer a Lunna entender isso é complicado.

-Filha? Olha pra mim. (pedi quando ela acalmou um pouco)
-Ela vai... Mamãe. (ela choramingou sem falar o que queria e voltou a chorar)
-Amorzinho, sua papa não vai embora... Lembra da nossa conversa sobre confiança? (perguntei e ela assentiu com a cabeça)
-Mas ela vai viajar. (limpei o seu rosto banhado em lágrimas e ela soluçou)
-Calma... A sua papa vai porque precisa, esse é o trabalho dela e precisamos entender. (disse e ela chorou ainda mais) Lu?
-Ela prefere eles... É por que a gente é menina? É isso? (ela perguntou magoada e segurei a sua mão fazendo um leve carinho)
-Claro que não, vida... Sua papa sempre viajou e vocês sempre entenderam, lembra? Eu sei que nos últimos meses ela deixou a gente de lado e agora sabemos os motivos... Não foi por causa dos meninos, não foi. (falei firme e ela ficou me olhando)
-Ela sempre defende eles. (ela resmungou e dei um beijo na pontinha do seu nariz)
-Sua papa gosta bastante deles, concordo com isso e às vezes me irrita um pouquinho... Mas a Lauren é louca por vocês desde que soube que eu estava grávida. Nossa família passou muitas coisas nos últimos meses e imagino que dentro da sua cabecinha deve ter uma bagunça maior que a desse quarto... Aliás, está precisando de uma organizada. (falei e ela soltou um risinho, é tão bagunceira quanto a Lauren)
-Eu não gosto quando ela vai trabalhar. (vi seus olhinhos encherem de lágrimas)
-Por que? (perguntei mesmo já sabendo, Lunna precisa desabafar)
-Porque ela vai esquecer da gente. (ela falou e senti o meu coração apertar)
-Não vai, meu amor... Estamos recomeçando, a sua papa está se esforçando para ganhar nossa confiança, mas nós também temos que fazer a nossa parte. (disse e ela me olhou confusa)
-Como assim, mamãe? (ela perguntou coçando os olhos)
-A sua papa tem passado bastante tempo aqui, vai levar e buscar vocês todos os dias como era antes, se esforça para almoçar com a gente em casa, leva vocês para passear... Mas acha que é o suficiente se vocês não quiserem? (ela negou e eu sorri fraco) Então...
-Eu não consigo, mamãe. (ela murmurou com a carinha de choro)
-Você precisa conversar com a sua papa, falar o que está aí dentro, conta para ela que você tem medo dela se afastar... Guardar os sentimentos só faz mal, sabia? Olha o que você falou, odiar é uma palavra que machuca muito. (falei e vi uma lágrima cair)
-Eu falei com raiva... Não queria. (fiz um carinho em sua bochecha e ela suspirou)
-Não queria, mas fez e precisa pedir perdão... A sua papa não mereceu ouvir aquilo, você sabe o quanto ela está se esforçando para estar com a nossa família. (falei e ela assentiu olhando para baixo triste) Filha?
-Eu vou pedir desculpas. (ela murmurou e beijei sua testa suavemente)
-Sempre vou estar aqui para cuidar de você, sou a mãe que dá alguns puxões de orelha algumas vezes, mas também sou sua amiga. (disse e ela me olhou receosa)
-Eu não gosto deles perto da papa. (ela falou e eu ri negando com a cabeça)
-Nem percebi, acredita?... Filha, você não pode falar coisas que machucam porque as palavras não voltam atrás, hm?... E outra coisa, sua papa precisa trabalhar e algumas vezes vai viajar, nós já conversamos muito isso quando vocês ainda eram pequenas... Ela não vai se afastar. (disse e ela assentiu com a cabeça)
-Nem vai trocar a gente por eles? (neguei vendo seu biquinho fofo)
-Não, minha bravinha ciumenta.

Never Be The Same (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora