Capítulo 4

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Kayc passou na farmácia e comprou lenços, álcool e uma pomada. Paramos em algum lugar na rua e ele fez questão de limpar o sangue e passar a pomada, eu fiquei quieto e só falei o necessário, ver e sentir ele tão perto de mim me deixou nervoso demais.

Em alguns momentos percebi e senti que o Kayc estava meio desconfortável por estar limpando sangue, as vezes ele me olhava como se quisesse me devorar e eu ficava mais nervoso.

E então, fomos pra lanchonete:

- Como está se sentindo? (Kayc)

- Tô bem melhor. (Falei)

- Que bom. (Kayc)

- Que tal esfihas de carne e frango?  (Perguntei)

- Na verdade eu não quero comer, não tenho fome. Fique a vontade pra escolher? (Kayc)

- Vou escolher de queijo então.  (Falei)

- Ótimo. (Kayc)

Fiz o pedido das esfihas e enquanto a gente comia, comecei a perguntar da vida dele;

- Faz muito tempo que você veio pra cá?

- Faz mais ou menos um mês. (Kayc)

- Onde você morava? (Perguntei)

- Na Irlanda, morava em uma pequena cidade no norte do país.  (Kayc)

- Então você já é acostumado com o frio. (Falei)

- E você? Faz muito tempo que mora aqui? (Kayc)

- Eu nasci aqui, então faz 17 anos que moro aqui. (Falei)

- Nunca se mudou de cidade? (Kayc)

- Não. E você?  (Perguntei)

- Bom, eu nasci nessa cidade no norte da Irlanda, essa é a primeira vez que estou fora da minha cidade. (Kayc)

- Estranho. (Falei)

- O que? (Kayc)

- Você sair de uma cidade no norte da Irlanda e atravessar os Estados Unidos inteiro pra vim pra Seattle. Você deve ter um bom motivo para ter feito isso. (Falei)

- Sim eu tenho um bom motivo. (Kayc)

- Você veio sozinho? (Perguntei)

- Sim mas em breve alguns parentes meus vão vim também, acho que semana que vem eles já estão aqui. (Kayc)

- Interessante. (Perguntei)

- Te deixei curioso, não deixei? (Kayc)

- Não. (Falei)

- Quem sabe um dia eu te falo o motivo de eu ter vindo pra cá. Você deve estar pensando que algo grave aconteceu, afinal não é todo dia que un irlandês que mora no interior sai do seu país sozinho e vem pros EUA.  (Kayc)

- Que bom que você me entende. (Falei)

- Bom, a única coisa que posso te dizer por enquanto é que sim, aconteceu algo muito grave pra ter feito eu sair da Irlanda. (Kayc)

Quando ele falou isso, a minha curiosidade aumento mil vezes mais, descobrir o motivo pelo qual ele veio pra Seattle se tornou minha missão de vida.

Terminamos de comer e ele me trouxe de volta pra casa, já era quase 10 horas da noite.

- Mais uma vez, obrigado por hoje. (Falei)

- De nada, fiz apenas minha obrigação. (Kayc)

- Sua obrigação? (Perguntei)

- Sim, ajudar as pessoas que eu gosto e precisam. (Kayc)

Antes de sair do carro falei:

- Até amanhã Kayc.

- Até amanhã Christian. (Kayc)

Sai do carro e entrei em casa, dei uma boa desculpa pros meus pais e sobi pro meu quarto, tranquei a porta.

Kayc não conseguiu se camuflar,  tem umas coisas que eu ainda não falei, quando eu falei "Até amanhã Kayc", notei que a cor da pupila dos olhos dele mudou de marrom pra vermelho e depois voltou pra morrom de novo, foi uma coisa rápida e estranha.

Enquanto ele estava na farmácia comprando os coisas pra limpar o sangue, dei uma rápida observada no carro inteiro, vi que atrás do banco dele tinha uma pequena caixa e quando abri essa caixa tinha tubos vazios, aqueles tubos usados em coletas de sangue, alguns tinham informações de pessoas como nome e tipo sanguíneo.

Senti que ele poderia ser perigoso e mandei mensagem pra Mariana e ativei a minha localização pra se algo acontecer ela saber onde estou. Quando ele voltou da farmácia, tentei agir normalmente.

Sentei no chão do quarto e minha única saída pra saber tudo sobre o Kayc era consultar meu velho e grande amigo, o tarô.

Continua...

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