Fora de Vista

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No topo da escada estava uma parede reta de tijolos. Becos sem saída de qualquer tipo sempre fazia Perrie sentir-se claustrofóbica, e este era ainda pior devido à faca pressionada em sua garganta. Ela se atreveu a olhar de volta para a íngreme subida que elas tinham escalado. Daqui, parecia uma queda muito longa e dolorosa.

A Srta. Sophia estava falando em outra língua outra vez, murmurando em voz baixa enquanto ela habilmente abria outra porta secreta. Ela empurrou Perrie em uma pequena capela e trancou aporta atrás delas. Estava gelado lá dentro e cheirava esmagadoramente a pó calcário. Perrie lutava para respirar, para engolir a saliva irritadiça em sua boca.

Danielle não podia estar morta. Tudo isso não podia ter acontecido. A Srta. Sophia não podia ser tão má. Zayn disse para confiar na Srta. Sophia. Ele disse para ir com ela até que ele pudesse encontrar-se com Pez...

A Srta. Sophia não prestou atenção a Perrie, simplesmente caminhou ao redor da sala, acendendo velas atrás de velas, curvando-se por cada uma, e continuava cantando em uma língua que Perrie não conhecia. Em um abrir e fechar de olhos revelou-se que a capela estava limpa e bem conservada, o que significava que não tinha passado muito tempo desde que alguém mais esteve aqui. Mas certamente a Srta. Sophia era a única pessoa no campus que teria uma chave para uma porta secreta. Quem mais sabia que este lugar existia?

O teto de telhas vermelha era inclinado e irregular. Largas tapeçarias desbotadas cobriam as paredes, representando imagens arrepiantes de criaturas metade homem, metade peixe lutando em um oceano revolto. Havia um pequeno altar branco na frente e algumas filas de bancos de madeira simples ordenados ao longo do piso de pedra cinza. Perrie procurou ao redor desesperadamente por uma saída, mas não havia outras portas nem janelas. As pernas de Perrie estavam tremendo de raiva e medo. Ela estava em agonia por Dani, traída e deixada sozinha ao pé da escada.

— Por que você está fazendo isso? — Ela perguntou, apoiando-se contra as portas arqueadas da capela. — Confiei em você.

— Esse é problema seu, querida. — a Srta. Sophia disse, rudemente torcendo o braço de Perrie. Em seguida, o punhal estava de novo em seu pescoço e ela estava sendo guiada até um corredor da capela. — A confiança é uma ocupação negligente, na melhor das hipóteses. Na pior das hipóteses, é uma boa forma de ser assassinada.

A Srta. Sophia empurrou Perrie em direção ao altar.

— Agora seja boazinha e deite-se, sim?

Porque a faca ainda estava muito próxima de sua garganta, Perrie fez o que ela ordenou. Ela sentiu um pouco de calor em seu pescoço e levantou sua mão para tocá-lo. Quando levantou o dedo, as pontas estavam vermelhas com pontos de sangue onde a lâmina a tinha picado. A Srta. Sophia bateu em sua mão.

— Se pensa que isso é ruim, deveria ver o que está perdendo lá fora — ela disse, fazendo Perrie estremecer.

Zayn estava lá fora.

O altar era uma plataforma quadrada branca, um único pedaço de pedra não tão maior que Perrie. Ela sentia frio e desespero, exposta em cima dele, imaginando os bancos sendo preenchidos por fiéis sombrios esperando que sua tortura começasse. Olhando para cima, ela viu que havia uma janela nesta capela cavernosa, uma longa roseta de vidro como uma clarabóia no teto. Tinha um complicado desenho floral geométrico, com rosas vermelhas e roxas contra o fundo azul-marinho. Teria sido muito mais bonito para Perrie se tivesse oferecido uma vista lá de fora.

— Vejamos, onde parei... ah, sim!— a Srta. Sophia foi para baixo do altar e voltou com uma comprida e grossa corda. — Não se mova, agora— pediu, agitando a faca em direção a Perrie.

Então ela prendeu Perrie a quatro buracos na superfície do altar. Primeiro cada tornozelo, em seguida, os pulsos. Perrie tentou não contorcer-se pela dor enquanto era amarrada como uma espécie de sacrifício.

fallen [zerrie]Onde histórias criam vida. Descubra agora