[ 𝟜𝟙 ] 𝑶 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒎𝒆 𝒎𝒂𝒕𝒂, 𝒇𝒂𝒛-𝒎𝒆 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒇𝒐𝒓𝒕𝒆

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𓆙 𝟐𝟏 𝒅𝒆 𝒅𝒆𝒛𝒆𝒎𝒃𝒓𝒐 𝒅𝒆 𝟏𝟗𝟗𝟓

Narcissa tem os lábios franzidos em preocupação, enquanto observa a pequena loira ao seu lado praticamente colapsar com a revelação. Seus pais eram Comensais da Morte?

"Como você sabe isso?" Draco questiona, hesitantemente desviando o olhar de sua namorada atordoada para fitar seu pai.

"Emma e Gilbert sempre foram nossos melhores amigos. Foi uma grande perda para nossa comunidade quando Emma foi assassinada e Gilbert enviado à Azkaban daquela forma tão brutal. Ambos sempre foram muito fiéis ao Lord das Trevas" Lucius diz, e não passa despercebido a forma como ele se referiu Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Nem a forma como ele se referiu 'à nossa comunidade'.

"Mas como... Como eu fui parar no mundo trouxa?" Stella gagueja, sentindo as paredes frágeis da oclumência ameaçarem ruir enquanto a torrente de emoções a atinge incontrolavelmente. Narcissa a encara aflita, seus olhos brilhando com inúmeros sentimentos irreconhecíveis.

"Ora, vamos jantar primeiro. Em seguida, te levarei à biblioteca para lhe elucidar alguns fatos de sua árvore genealógica" Lucius informa, como se não tivesse acabado de virar o mundo da pobre garota de cabeça para baixo. Entretanto, o brilho severo em seus olhos cinzentos não deixa brechas para argumentações.

É evidente que ninguém saboreou o jantar naquela noite, com exceção de Lucius. Draco e Stella não tocaram em seus pratos, ambos evidentemente chocados com a iminente revelação. A garota loira limitou-se a bebericar seu copo de água, lutando para controlar seus pensamentos desenfreados. Será que o Senhor Malfoy estava mentindo? Mas não havia porquê ele fazer tal coisa. Havia?

"Siga-me, Stella" Lucius finalmente diz após vinte minutos, levantando-se da mesa elegantemente. Draco ameaça se levantar para segui-los, porém o olhar frio que seu pai lhe lança o impede. Esta seria uma conversa apenas entre o bruxo mais velho e a jovem sonserina.

A loira segue hesitante o poderoso bruxo pelos corredores sombrios da Mansão Malfoy, e sente seu queixo cair quando adentram em uma biblioteca enorme, repleta de livros. O ambiente tem enormes prateleiras de madeira escura nas paredes, e há um mezanino próximo à janela que vai do chão ao teto, onde há poltronas de couro pretas, assim como no centro do andar central. Stella lembra-se de Draco dizer que ela amaria a biblioteca Malfoy, e ela pode dizer que ele tinha razão.

"Gosta de livros?" Lucius questiona, atento à reação da jovem. Ela acena com a cabeça em concordância, olhando o ambiente. "Sua mãe também amava."

Stella franze as sobrancelhas, profundamente incomodada com ele se referir a uma pessoa que não seja Dalila como sua mãe. Várias perguntas rondam seus pensamentos, mas ela luta contra o ímpeto de dizê-las, optando por aguardar Lucius começar a explicação que prometera.

Ela observa a figura alta de Lucius andar confiantemente pelo ambiente, caminhando decidido até uma das escrivaninhas de madeira no fundo e pegando um caderno com capa de couro azul escuro com um brasão bordado. Stella não é capaz de negar a inegável semelhança entre pai e filho. Lucius parece a versão mais velha de Draco, irradiando poder e riqueza.

"Gilbert e eu éramos melhores amigos em Hogwarts" Lucius interrompe seus pensamentos, sinalizando para Stella sentar-se em uma poltrona de couro ao lado da dele, enquanto ele ainda segura o livro em suas mãos. "Já sua mãe estava sempre com Severus."

"Severus sabe quem sou eu?" Stella questiona, olhos arregalados. Lucius avalia a reação da garota por alguns segundos, ponderando sua pergunta.

"Creio que não. Severus e Emma se afastaram quando ela começou a namorar Gilbert" O poderoso bruxo continua, e Stella sente o coração bater mais forte. "Então, não há motivos para Snape duvidar que a filha do casal Mountbatten tenha morrido."

INIMIGOS • draco malfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora