6.

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-Eu não acredito, você vai ao baile com o Potter! É por isso que fez a Maddie acompanhar o Lupin, porque você já tinha recebido o convite de James... Garota! Você ia nos contar isso quando, hein? - a lufana mal conseguia conter a agitação

-Ele me convidou ontem, Emma. Não sabia que iria com ele... -um sorriso se moldou nos lábios da sonserina.

-Olha, Maddie, olha o sorriso dessa garota só de falarmos do James!

-Eu já disse que eles deveriam ficar juntos, só bobo não vê que seriam um lindo casal.

-Não comecem, meninas, por favor. Não tem nada a ver, vamos ao baile como amigos, só isso.

-Viu? Só bobos não veem...

A verdade é que Olivia nunca viu James como outra coisa além de amigo. É claro que ela o achava bonito, quem não acharia? James era um rapaz que chamava a atenção, não era à toa que vivia cercado de garotas apaixonadas por ele. Olivia também era muito bonita, talvez, uma das garotas mais bonitas da escola, Potter diria. O garoto sempre deixou claro o quanto achava a amiga linda.

Mas além da beleza exterior, Olivia conhecia o coração alegre e bondoso do jovem Potter. Ela sabia que por trás do garoto das pegadinhas, um tanto quanto orgulhoso, que às vezes passava dos limites em suas brincadeiras e provocações, existia um Potter sensível aos amigos, companheiro, filho querido e aluno dedicado. Por outro lado, Potter também conhecia a verdadeira beleza de Olivia. Ele sabia que mesmo por trás de toda timidez, havia uma Olivia super comunicativa e divertida. Sabia, também, que além do sarcasmo natural da garota, tinha uma amiga leal ao seu lado. Potter conhecia a Olivia que muitos não viam, além da amiga verdadeira, da aluna exemplar, da menina que se sensibiliza com o próximo, ele via a Olivia forte e determinada para atingir seus objetivos.

Olivia amava o humor de Potter, mas detestava sua teimosia. Amava a forma como Potter ajudava Remus, mas detestava a forma imatura como ele agia com outras pessoas. Olivia amava ouvi-lo falar sobre quadribol, mas detestava quando ele ficava chateado por perder uma partida. Amava como ele era paciente e protetor com ela, mas detestava quando o cuidado a sufocava. Amava a determinação do amigo em conquistar Lily, mas odiava vê-lo insistir quando já deveria ter parado de tentar.

Potter amava a calmaria de Olivia, mas detestava seu pessimismo. Amava a forma como Olivia cuidava de seus amigos, mas detestava quando ela esquecia que também precisava de cuidado. Potter amava quando Olivia o ajudava em alguma matéria, mas detestava quando ela se cobrava demais para tirar notas altas. Potter amava a liberdade de Olivia, mas detestava quando não o deixava ficar por perto para cuidar dela. Amava o jeito racional de ser de Olivia, mas odiava ver que a amiga se fechava às emoções.

Nunca foi cogitada a ideia de, um dia, Olivia se apaixonar por James, ou vice e versa. Eles, apesar de muito parecidos, eram ao mesmo tempo completamente diferentes. James sempre foi muito mais intenso em suas emoções, reagia rápido às situações, queria resolver de imediato, custe o que custasse. Olivia, por sua vez, era mais fria aos acontecimentos ao seu redor, demonstrar emoções era meio difícil para ela, resolvia as coisas com cautela. James era sempre muito animado e sorridente, Olivia, quase sempre, portava um semblante sério em seu rosto. James falava alto, Olivia quase sussurrava. James era desastrado, Olivia sempre cautelosa. James acreditava já ter encontrado o amor de sua vida aos 15 anos, Olivia se achava muito jovem para pensar em amor da vida. Ambos estavam enganados.

-Então quer dizer que o senhor vai levar minha melhor amiga ao baile?

-Nossa melhor amiga. - corrigiu Potter.

-Não interessa, eu conheci ela primeiro.

-Acho que o Remus está com ciúmes...

-Sim, Peter, eu estou mesmo. Algum problema?

Dois enganados - James PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora