Dois enganados - James Potter

25.

Olivia sentou-se na cama e olhou com preocupação para o diretor que tentava manter uma expressão pacífica em seu rosto.

-Não precisa me olhar assim, senhorita. -Dumbledore sorriu. -Só queria conversar um pouco. Primeiramente, quero que saiba que estou feliz pela sua recuperação e é bom saber que uma das minhas mais brilhantes alunas logo vai voltar para as salas de aula.

-Obrigada, diretor. Gentileza sua! -Olivia sorriu com gentileza.

-Em segundo lugar, devo dizer-lhe que, como já disse aos seus amigos, fiquei desapontado por não terem me comunicado do que estava acontecendo. Isso foi muito, muito grave.

-Desculpe, não achei que fosse algo tão sério até chegar a esse ponto. Pensei que pudesse ser algo da cabeça maluca do Snape. Não achei que fosse real.

-Infelizmente é real sim, agora todos sabemos. Severo está sob a custódia do Ministério, sendo ouvido e cooperando com as investigações do paradeiro da bruxa que lhes atacou e do Tom.

-Tom? -James e Olivia perguntaram juntos e com a mesma entonação de surpresa na voz. Dumbledore, então, os explicou sobre Tom Riddle, ou Lord Voldemort, como ele prefere ser chamado. Com o sequestro de Olivia e toda essa confusão, os planos do Lord deixaram os governantes do mundo bruxo em estado de alerta. O diretor os explicou também, de forma mais precisa, o que sabiam até então sobre tudo isso de supremacia dos sangue puro. A cada palavra do homem, o estômago de Olivia revirava e ela se lembrava do terror que havia passado por causa dessa ideia de gente maluca.

-E o que vamos fazer para impedi-los? -James logo se manifestou.

-Senhor Potter, devo agradece-lo imensamente pelo o que o senhor e seus amigos fizeram por Olivia. Sua bravura e coragem são realmente louváveis, e não ficarão sem recompensa por isso. Mas, dessa vez, vocês não se juntarão à luta. Já fizeram o suficiente.

-Não queremos recompensa, queremos lutar! -James relutou.

-Ele está certo, diretor. Nós sabemos com quem estamos lidando e já o enfrentamos uma vez, mesmo que indiretamente!

-O enfrentaram e saíram machucados. Não vou permitir que se machuquem mais uma vez, foi o que eu prometi aos seus pais!

-Mas eu posso destruí-lo! Está na profecia, Snape falou! -A voz de Olivia carregava fúria.

-Talvez. A profecia disse que um bruxo Ashworth seria responsável pela queda de Tom Riddle, mas não quer dizer que seja a senhorita.

-Como é?

-A senhorita é, com certeza, uma das bruxas mais poderosas que eu conheço, fiquei sabendo que tem muita força e habilidade, sem falar de sua inteligência, mas a profecia pode estar falando do próximo Ashworth. -O diretor olhou para o jovem casal e respirou fundo.

Olivia olhou para James como quem tivesse ouvido o maior absurdo de toda sua vida. O próximo Ashworth, Olivia era a mais nova de sua família e era filha única. Será que seus pais estavam esperando um bebê? Mesmo assim seria absurdo Olivia deixar seu irmão à mercê de um tirano. James estava tão confuso quanto a menina, mas tentou demonstrar confiança a ela.

-Eu vou ter um irmão? -Dumbledore não conseguiu conter uma risada baixa.

-Não, senhorita.

-Agora eu estou genuinamente confuso. -James concluiu.

-Não se preocupem com isso agora, tudo bem? Isso é uma questão para o futuro. Apenas saibam que estão seguros aqui e que ninguém poderá tocar em vocês. Senhorita, quando se sentir totalmente recuperada, me procure, vamos iniciar um treinamento para que aprenda a usar e controlar seus poderes. Enquanto isso, divirtam-se, com bastante juízo.