Capítulo 4 - "coney island"

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Chalé 10, 8:10h
Era uma manhã fresca em Coney Island, eu ainda estava desempacotando tudo.
Ouvi uma batida em minha porta, então resolvi atender.
-Bom dia! Vim do serviço de guia turística para imigrantes! Você é Dorothea Lakes, certo?
-Sim, sou eu mesma!
Ela fez um sinal para eu sair de minha casa e começou a caminhar ao meu lado:
-Então...por que você escolheu morar aqui? - ela perguntou
-Bem, a minha vida na outra cidade era muito conturbada. Por isso, resolvi recomeçar. - respondi
-Entendo, uma ótima escolha!
Eu sorri, e nós seguimos.

-

Coney Island, 8:35h
Ela me mostrava tudo. Museus, restaurantes e até mercados; até que começamos a conversar e ficamos pouco amigas.
Fomos até um pequeno stand onde se vendiam flores. O vendedor era alto de cabelos escuros e lisos:
-Olá Rebekah! Vejo que trouxe uma turista hoje... - ele disse, dirigindo se à mim
-Na verdade, ela está se mudando pra cá! - respondeu - ela está morando em um daqueles chalés na rua Seven.
Dei uma risada meio nervosa, e perguntei:
-Você vende tulipas?
-Qual cor é a sua predileta?
-Hmm...- falei pensativa - gosto das cores branca e laranja...ah! Também gosto de marrom!
-Já sei exatamente o que fazer! - ele completou, animado
O moço pegou um vaso de cerâmica de sua loja e colocou quatro tulipas laranjas, cinco tulipas brancas e quatro tulipas marrons.
Era o arranjo mais lindo que eu já havia visto em minha vida. Mesmo.
-Uau...- falei boquiaberta
-Espero que tenha gostado! - ele disse
-Não sei como posso agradecer! Aqui está seu pagamento. - falei, dando dez dólares a ele
Ele arrasta os dez dólares em minha direção
-É por conta da casa! - ele falou, sorridente
-Muito obrigada mesmo! Espero ver você em breve! - falei acenando
Ele acenou para mim.

-

Chalé 10, 12:00h

Já havia chegado em casa à meia hora e ainda não esquecia do passeio. Cada ponto dessa cidade me chamava mais a atenção. É realmente aqui o meu destino, é realmente aqui onde me reconheço.
Já era hora do almoço e eu estava faminta. Infelizmente eu não tinha amigos muito próximos para sair pra almoçar. Mesmo assim, peguei um vestido cor-de-vinho e fui até um restaurante perto da minha casa.

-

John's Bistrô, 12:10h

Não haviam muitas pessoas ali. Só uma senhora com um vestido verde-musgo, um casal, e um homem. Me sentei na mesa que ficava ao lado da que o homem sentava. Quando ele virou, percebi que era o homem da floricultura!
Acenei para ele e ele se levantou para vir até mim:
-Oi! Como vai? - ele perguntou
-Bem, veio almoçar? - perguntei
-Sim, esse é um dos meus restaurantes favoritos daqui! Posso me sentar com você?
Fiz um "sim" com minha cabeça, e ele sentou em minha frente.
-O que vai pedir? - perguntei
-Um macarrão com molho de tomate e queijo ralado. - ele respondeu- E você?
-Não sei ainda...
-Olha, recomendo você pedir um omelete. É simplesmente delicioso, e lembra você!
Eu olhei estranhada pra ele, mas chamei o garçom e pedi um omelete. Enquanto esperávamos, ficamos conversando:
-Então, com o que você trabalha? - ele me perguntou
-Ah, sou escritora autônoma! Mas, no momento, tô sem inspiração... - respondi
Ficamos em silêncio. Após alguns minutos, o garçom chegou com os pratos.
O meu omelete estava delicioso! Era simplesmente o melhor que eu já comi em toda a minha vida.
-Eu esqueci de perguntar seu nome...qual é? - perguntei
-Willow, e o seu? - ele respondeu
-Dorothea!
-Gosto muito desse nome! É o nome da coelhinha da minha irmã e de...uma amiga!
Dei uma risada:
-Nossa! Sua irmã tem bom gosto...- falei, rindo ainda mais
Ele riu junto, e ficamos mais amigos. Enquanto ele comia o macarrão, fazia uma cara de como se fosse o último macarrão do mundo; foi uma ótima tarde.

-

Chalé 10, 17:00h

Eu não conseguia tirar as piadas que Willow contou da minha cabeça, incluindo o fato de ele não sair da minha cabeça. Mas não era nada demais, só achei ele um amigo incrível.
Após alguns minutos de paz, tive lembranças de Evan. O estranho é que parecia que eu não conseguia lembrar dele direito em Coney Island, mesmo com o fato de ele ter me machucado! Realmente, esse é o lugar em que eu pertenço viver, é o lugar onde eu precisava viver. Ainda sentia uma pequena dor de perda no peito, mas não tanta.
Não queria mais dor, então resolvi ler algum livro.
O tempo passava lentamente, e era muito entediante.
Me empolguei quando lembrei da floresta que havia atrás de meu chalé, então rapidamente peguei meu livro e fui até lá.

-

Clear Woods, 18:00h

Era tudo muito mágico! Parecia que eu tinha entrado em uma dimensão completamente diferente.
As folhas que caíam estavam laranjas, já estava chegando o outono.
Encostei-me em uma árvore na beira do lago, abri o livro e logo fiquei entretida.
Vou repetir, Coney Island é magnífica.

evermore - "sempre"Onde histórias criam vida. Descubra agora