Capítulo 12 - "gold rush"

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Notei uma aliança dourada em seu dedo anelar, o que me deixou encarando-a por muito tempo.
-Estou noivo. - falou, notando minha curiosidade embutida
-Que bom para você, Willow. - respondi de forma seca, tentando ser gentil
Houve um silêncio.
-Vai ficar aqui por muito tempo? - perguntei
-Vim buscar algumas sementes de espécies raras de flores, e lhe fazer um convite...
-Qual seria?
-Gostaria que comparecesse ao meu casamento.
Engoli a saliva:
-Tudo bem...
-Tudo bem? - perguntou, excitado
Indiquei um "sim com a cabeça", fazendo-o me abraçar. Eu sentia saudade desses abraços.
-Qual seria a data? - perguntei
-Daqui a cinco dias! Na quarta, às dez. - ele falou
Levantei as sobrancelhas de forma pouco triste.
-Vai ser no Green Lake Park. Eu estou tão feliz que você vai!
Dei um falso sorriso.

Chalé 10, 20:00h

Eu não estava aceitando isso, de forma alguma. Porém, eu tinha que ser madura. Eu amava Willow, e só queria o melhor para ele. Não estava nem um pouco animada para ir à Seattle, mas eu tinha que fazer isso por ele. Eu tinha somente cinco dias para superá-lo, mesmo não conseguindo fazer isso em dois anos.
Os dias se passaram, o casamento se aproximava. Agora, só restavam setenta e duas horas para o "grande" dia. Minhas malas já estavam prontas, eu estava prestes à pegar o voo para Seattle.

The Northern Inn (Seattle), 14:30h

Lá estava eu: espalhada sobre a cama do hotel, passando os canais aleatoriamente. O casamento era depois de amanhã, e eu estava neste estado. Da hospedaria que eu estava, conseguia ver o local do casamento. Desliguei a televisão e fui até a janela para ver. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto, "aquele local combinava comigo e com Willow" - pensei. Eu estava mais melancólica que nunca, e me estranhava por isso. Mas, até que as razões eram lógicas. Resolvi esquecer os problemas e pelo menos andar um pouco pela cidade.
Fui até uma cafeteria chamada "Café Hagen Restaurant" (que, aliás, tem uma maravilhosa torrada de abacate). Eu estava me divertindo bastante, Seattle era uma cidade maravilhosa.

-

"Willow e eu estávamos um em frente ao outro, no parque.
-Willow.
-Sim? - ele perguntou
-Todos querem você, todos se perguntam como seria amar você. Passo por perto, uma rápida esbarrada.
Eu não gosto de câmera lenta, visão dupla e corando rosa. Eu não gosto que me machucar parece sonhar até que meu coração se parta. Todos querem você, mas eu não gosto da corrida do ouro..."

Acordei em um pulo, sem entender nada deste sonho estranho. "Corrida do ouro"? Me recompus um pouco, voltando a dormir.

-

Chegava, finalmente, a data. Eu estava quase chegando no local exato, dentro do parque.

Green Lake Park, 10:00h

Respirei fundo, e entrei. O local estava simplesmente lindíssimo. Eu havia chegado muito atrasada: já estava na hora dos votos dos cônjuges.
-Senhorita Georgia, aceita Willow como seu legítimo esposo? - perguntou o cerimonialista
-Aceito! - Georgia respondeu
Eu ainda não tinha olhado muito bem para Willow, mas quando o olhei, não acreditava no que via.
Parecia que eu via o próprio estereótipo de "amor dourado" com meus próprios olhos, agora, finalmente pude entender meu estranho sonho. "Como deve ser crescer tão lindo assim?" - pensei. Seus cabelos caíam em seus devidos lugares como dominós, era engraçado como minha mente o transformava como folclore, como se fosse algo poético.
-Willow, aceita Georgia como sua legítima esposa? - o cerimonialista perguntou
Fiquei um pouco tensa quando ouvi esta frase.
Willow sorriu para Georgia. Porém, ao abrir a boca, olhou fixamente para mim, fechando-a. Ele olhava para mim, e depois para ela. Sua face representava a face de uma criança em sala de aula após o professor tirar uma de suas dúvidas. Mas, olhava-me como se eu fosse algo encantador, o que achei estranho.
-Georgia, sinto muito, mas...não é para ser. - Willow falou, saindo do local da cerimônia
Todos que estavam presentes fizeram cara de choque, principalmente a própria noiva. Ouvia os cochichos dos convidados. Algo em mim me incomodava, mandando-me fazer algo. Eu queria ir atrás de Willow. Então fui, por completo impulso, em sua direção.

-

Willow estava quase entrando em seu carro, quando me viu.
Ele me olhava fixamente, assim como eu o olhava.
Ficamos nessa situação por um bom tempo, até que resolvi quebrar o gelo:
-Senti que deveria ter vindo.
Ele sorriu de forma que seus lábios mal aparecessem.
-E você sentiu de maneira certa. - falou, olhando para o lago
Meus olhos se encheram de esperança.
Willow, abriu a porta da frente do carro, a qual não estava o volante. Indicando para que eu entrasse.

evermore - "sempre"Onde histórias criam vida. Descubra agora