quinta-feira

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As tardes de Minji nunca foram tão interessantes.
Assim como o seu dia inteiro.
Tão raso.

Sua rotina terminava logo depois do horário de almoço, pois como mencionado anteriormente, ela saía mais cedo para cuidar de sua mãe.

Por que raios ela vai embora todos os dias mais cedo?

Yunho estranhava este comportamento.

E agora, se questionava em silêncio enquanto vagava só pelos longos corredores do colégio, logo depois de ser abandonado por ela na biblioteca.

Estava intrigado, e de alguma forma, gostava daquele sentimento.
Queria saber mais.
Realmente queria conhecê-la.
E descobrir o que tanto a atormentava.




















O baixo murmúrio de frustração ecoava do pequeno quarto em que a moça estava.
Mais uma madrugada inteira acordada e ainda sim, morta de sono.

Não era sua culpa, mas ao mesmo tempo não entendia o porquê de estar passando por tudo aquilo. As distrações, os pesadelos, a insônia.

Sempre era atormentada, mas nesses tempos parecia diferente.

A lamúria tomou conta do ambiente no meio da noite e a levou até o amanhecer.
Quando finalmente tinha se acalmado, o despertador tocou.







Quinta-feira
Quatro dias

Minji reuniu todas as suas forças para se levantar e preparar o psicológico para mais um dia repetitivo.

Claro, pois se pensasse daquela forma, então aconteceria.

Suspirou, ao deixar a bagunça dos lençóis sem arrumar e dali, começou os seus afazeres.

Tomar banho.
Preparar o café.
Medicar sua mãe.
Notar algum progresso.

Sua áurea cabisbaixa cobria o quarto de sua familiar, que parecia piorar apenas pelo seu humor que pesava durante os dias.

— Tenha um bom...ah, dia mamãe. — Selou o topo de sua testa e deixou-a mais uma vez ali.










Com a mochila entreaberta e os passos apressados, procurava os próprios fones de ouvido.

— Nunca os tiro da mochila. Onde estão?

Como ela entraria no seu pior pesadelo sã, sem a sua válvula de escapatória?
Estaria perdida.

— Tudo bem se eu faltar hoje, terá química e não irei acompanhar mesmo.

Afirmou para si com um sorriso nervoso e quando pensou em dar meia volta no meio do grande estacionamento, deu de cara com um peitoral.

— Aonde você pensa que vai? A entrada é por aqui. — O rapaz apontou para a frente, enquanto ela erguia o seu olhar.

Como era mesmo?
Yuri? Yuki? Yuka? Yuko?



— Ah? Eu sei, estou dando meia volta porque irei faltar.

— Como assim faltar, se você já chegou até aqui?

— Não te interessa...

Ah! Yunho!


— YUNHO, É! — Tossiu para disfarçar pela altura que sua voz saiu. Logo, ela sacudiu a cabeça em negação e desviou de seu caminho, direcionando-se para outro lado.

O próprio gargalhou baixinho pela pequena cena, já que foi um tanto adorável a forma que parou para se lembrar de seu nome.

Ela se lembrou, então valeu à pena.

REMINISCÊNCIA - Jeong YunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora