quinta-feira

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Minji despertou de um sono profundo – aquele que surpreendentemente não se lembrava – e logo que esticou o seu corpo, sentiu um enorme incômodo na lombar.

– Merda...

Tinha dormido a noite inteira no sofá, na posição mais desconfortável possível. Mas sua irritação foi embora em instantes, quando percebeu a figura de Yunho aconchegando-se mais ainda para o seu lado. Minji tinha dormido em seu ombro, e ele, aproveitou para fazer a sua cabeça apoiada de travesseiro.

– Ele passou a noite aqui? – Um sorriso leve escapou contra o seu murmúrio, feito para não acordá-lo, mas ainda sim, estava um tanto confusa. Ela o cobriu com pequeno lençol que antes dividiam, e se sentou.

Encarou a mesinha de centro com os olhos semi cerrados, e a bagunça de snacks, cadernos, canetas e marca textos não estava mais ali, aliás, a sala de estar estava em completa organização.
Aquilo sim a fez acordar de verdade, de tão assustada, pôde erguer a sua postura e tão repentinamente, arrebitar os olhos.
Esticou o braço para alcançar o celular no braço do sofá e quando verificou o horário, levantou em um pulo, fazendo com que o sonolento piscasse poucas vezes e finalmente acordasse pela surpresa.

– O que...?

– VOCÊ DORMIU AQUI, DORMIMOS DEMAIS E AGORA ESTAMOS ATRASADOS PARA A AULA! VOCÊ PODE USAR O BANHEIRO DE HÓSPEDES, TCHAU. – Catou o casaco do uniforme e correu para o andar de cima, para tomar um banho rápido.

Minji sentia uma estranha sensação de que estava esquecendo de algo muito importante, tanta, que seu olhar estava parado em um ponto fixo, mesmo com toda aquela correria.
Desceu as escadas e encontrou o loiro preparando o café da manhã para os dois, o que a deixou um tanto impaciente.

– Você já se arrumou? – Cutucou o seu ombro. – O que está fazendo aí?

– Já, não reparou? Eu sou rápido. Só estou com a mesma roupa pois não trouxe nada reserva na bolsa. – Com um sorriso convencido, piscou para ela. – Nosso café da manhã, oras! Não me diga que você vai sem comer para o colégio.

– Eu não! – Coçou a nuca. – Quer dizer, quando estou atrasada, sim.

– Podemos chegar na segunda aula, está tudo bem.

– Ok, certo. – Respirou fundo e se sentou no banco em frente ao balcão da cozinha. – Nós temos tempo.

Passaram-se instantes e seu celular apitou. Em pressa, foi checar a mensagem que tinha acabado de chegar e de fato, aquilo foi a resposta para o que "provavelmente estaria esquecendo" naquele dia.

*Choi Jongho*
– Oii!
– Cadê você?
– Esqueceu que iríamos chegar cedo para nos prepararmos para apresentar o trabalho?

Bingo!

– NÃO, A GENTE NÃO TEM TEMPO NÃO. – Os olhos da garota se arregalaram, assim que terminou de ler a mensagem e se aproximou para puxar o mais alto pelo punho, para sair da frente da torradeira e saírem correndo.

– C-COMO ASSIM? – Seu tom parecia desesperado, como o dela.

– EU TENHO UM TRABALHO PARA APRESENTAR, NA PRIMEIRA AULA.

– Ah! É aquele que você ia fazer com o... – Estralou os dedos, tentando lembrar do nome do citado.

– Jongho.

– Isso!

– Ok, AGORA A GENTE PRECISA IR! – Colocou a mochila nas costas e em passos desastrados, foi até a porta.

– Você vai comer algo, de qualquer forma. – Ele, calmo, voltou para a torradeira e esperou pacientemente até que as duas fatias de pão ficassem prontas. Assim que feito, recolheu-às com cuidado e correu até a apressada, que deixou a porta aberta e já estava a alguns passos distantes da porta de casa. – MINJI! ESPERE POR MIM!

REMINISCÊNCIA - Jeong YunhoOnde histórias criam vida. Descubra agora