Encarei aquilo totalmente sem reação. Me afastei ainda em choque, então Matheus gritou de medo ao ver aquela aranha em seu vômito. Uma engenharia loira e alta entrou na sala em pânico por causa dos gritos. Eu fui retirado da sala em que Matheus estava para as outras enfermeiras cuidarem dele e tentarem acalmar ele.
Fiquei na calçada ainda com a respiração pesada. A imagem da aranha se rastejando pelo vômito estava na minha cabeça. Comecei a ficar enjoado. Peguei meu celular e liguei para meu pai para me buscar. Assim que cheguei em casa, não segurei e vomitei no quintal mesmo.
Mais tarde, ouvi o jornal que meus pais estavam vendo. Estavam falando que alguém colocou aranhas nas comidas dos pacientes. A pessoa que fez isso ainda não foi pega. Muitas coisas estranhas estam acontecendo aqui na cidade desde que quebramos a regra das 9 horas. Se eu pudesse voltar no tempo, nunca participar desse plano seria a primeira coisa que eu faria. Uma coisa que percebi nesse curto período de tempo foi que de alguma forma, eu que estou sendo mais atormentado por esse demônio da cidade. Alice está surtando com uma foto que de alguma forma só ela está vendo algo estranho. Matheus até agora não passou por nada paranormal. Apenas acidentes estranhos como quando ele caiu no buraco e engoliu uma aranha por causa de um louco. Mas eu passei por coisas piores, por quê?
Pensando nisso, me lembrei do que Matheus disse quando estava naquele buraco. Parece um crânio humano. Sinto um arrepio na hora que essa frase volta para minha mente. Tem muita coisa estranha acontecendo, mas preciso processar uma coisa por vez, se não vou ficar louco. Eu gostaria de ver se Matheus não estava doido quando disse aquilo. Eu vou ver o crânio humano no buraco. Decisão idiota, porém, a minha curiosidade fala mais alto.Faltavam apenas alguns dias para as aulas voltarem. Me pergunto se minha vida vai estar normal até lá. No dia seguinte, me levanto e tomo café. E rapidamente saio de casa e vou em direção da casa da árvore. Assim que chego lá, percebo que ela está destruída em grande parte. Com certeza foi Gary que tinha destruído ela por ter não ter nos matado. Passo direto pela casa e tento me orientar pelo caminho que fizemos na primeira vez que fomos na casa abandonada. Depois de algum tempo, avistei a casa. Engulo em seco e começo a me arrepender de ter feito isso. Mas não tem como voltar atrás agora. Rodeio a casa e procuro o poço que Matheus caiu. A mata estava muito silenciosa. Então escuto passos em minha direção. Meu coração começa a bater rápido. Será que é Gary? Ou é um caçador? Ou é. . . Aquilo?
Os passos ficam mais perto. Minhas pernas não me obedecem. Eu quero correr, mas não consigo. Um gato sai do mato em minha frente. Era apenas um gato. Respirei com calma e voltei a procurar pelo poço. Não demorou muito para achar. Era bem fundo. Matheus teve sorte de não cair de cabeça, se não ele estaria morto com toda certeza. Fico perto do poço com cuidado e olho para os lados duas vezes antes de olhar para o fundo do poço para se certificar que ninguém ia aparecer e me empurrar para dentro. Não estava vendo nada, apesar de ainda ser de dia e estar de manhã. Aperto os olhos mas ainda não consigo ver nada. Será que eu realmente vi uma caveira?. Pensei Que merda.
Me levanto decepcionado. Perdi meu tempo. Da próxima vez eu trago uma corda para descer. Volto para casa.
Assim que passo pela porta, me deparo com minha mãe jogando um pouco de água pela casa com uma cara pálida.
- Ela disse que viu uma garotinha correndo pela casa.
Disse meu pai.
Uma garotinha. Eu sei quem é ela. Minha mãe conseguiu ver ela? Mas se ela pode ver, por quê ela disse que não viu nada na foto? Ou é diferente? Tantas perguntas.
- Por que ela está jogando água pela casa?
- É água benta.
- Ata.
Minha mãe bebe um pouco de água da geladeira e se vira pra mim e para meu pai.
- Eu vou chamar um padre.
- É mesmo necessário?
Disse que meu pai.
- Claro. Tem uma alma penada aqui em casa e você quer deixar ela aqui?
Minha mãe é daquelas que acreditam em superstições. Como gato preto dar azar ou que se quebrar um espelho é azar por 8 anos etc. Desta vez eu acredito nela, afinal, eu também vi uma garotinha. Mas será que é a mesma?Dito e feito, minha mãe chamou o padre da cidade para aqui em casa. Ele é alto e magro. As vezes me dá medo. Mas até que ele é um cara legal. Não vou muito em igrejas, minhas únicas experiências com igrejas se baseiam em batizados ou festivais que fazem a bunda ficar dormente.
Assim que o padre chegou, ele conversou um pouco com minha mãe e meu pai e depois começou uma oração enquanto segurava uma cruz e andava pela casa. O ambiente parecia ter ficado mais pesado. A oração que ele estava fazendo me dava medo. Parecia uma cena de filme de terror. Me segurei no braço de minha mãe.
Assim que ele terminou, ele pediu para fazermos uma "limpeza de alma" com cada um de nós. Ele fazia o sinal da cruz em nossas cabeças e rezava baixo. Ele fez isso com meus pais. Quando foi minha vez, eu estava totalmente nervoso. Ele fez o sinal da cruz e começou a rezar bem baixinho. Então assim que ele terminou, ele disse:
- A sua casa está livre do espírito ruim.
Nesse momento, um copo de vidro saiu da mesa da cozinha e voou até a parede. Se quebrando em pedaços. As cadeiras foram jogadas para todos os lados, e as portas se abriram e fecharam. E o terço que o padre estava no pescoço se quebrou.Continua. . .
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Nunca saia sozinho
Gizem / GerilimAs pessoas não são como parecem ser. Joe é um adolescente de 12 anos. Ele mora em uma cidade aparentemente muito feliz. Mas todos os moradores dessa cidade seguem uma regra: NÃO É PERMITIDO QUE NINGUÉM SAÍA DE CASA DEPOIS DAS NOVE HORAS DA NOITE. M...