Domingo — 12:30pm
Gahyeon acordou e, com muito esforço, se sentou na cama. Sua cabeça doía, girava e a fazia sentir enjoos. Demorou para entender que não estava em casa e isso a fez entrar em um breve pânico, até conseguir se lembrar da noite passada e ficar calma novamente. Tentou se levantar mas o álcool ainda percorria seu corpo e, como se tivesse levado um tiro, deixou o corpo cair na cama de novo. Ela gemia e reclamava, enquanto tentava focar no quarto onde estava. Um armário no canto do quarto, uma cômoda, cama com cabeceira, uma porta à sua frente que entendeu ser o banheiro. Procurou o celular em cima da cabeceira da cama e acabou encontrando um copo com água, comprimidos e um bilhete:
"Seus órgãos não são bons. Não se preocupe, eles não foram retirados"
— Moon.Aquilo a fez esboçar uma breve risada, mas sua cabeça deu uma forte pontada na primeira respirada. Se esticou na cama e conseguiu tomar os medicamentos. Gahyeon se achava forte para o álcool, só não sabia seus limites e, ontem, havia tirado suas conclusões. Precisava tomar banho. Nem o seu Baccarat Rouge 540 estava conseguindo disfarçar o cheiro da bebida. Na outra ponta da cama, havia algumas roupas dobradas para ela escolher e toalhas. Um banho quente certamente a ajudaria.
Enquanto sentia a água cair pelo corpo, pensava e lembrava da noite passada e, como havia se divertido em anos. Por causa da dor de cabeça, estava quase cogitando ir ao hospital se não melhorasse logo e, foi aí, que sua mente a traiu. Fechou os olhos e foi transportada para aquele quarto de descanso, no oitavo andar. Lembrava do calor dos lábios de Siyeon. Lembrava de suas mãos e braços envolvendo seu corpo. O cheiro dela estava vivo em sua mente... As memórias eram suas, então, se deu ao luxo de modificá-las. Em pouco tempo, seu corpo estava por debaixo de Siyeon, e ela a prendia pelos pulsos, mordia seu pescoço. A coxa da médica estava entre suas pernas, se movendo para cima e para baixo, fazendo a mais nova rebolar e gemer baixo.
As pernas de Gahyeon perderam a força e seus joelhos encontraram o chão. Vagarosamente, entre suspiros ofegantes, foi retirando a mão de entre suas pernas. Os dedos estavam encharcados e o gozo escorria pela palma. Não sabia quanto tempo havia passado ali, mas certamente foi o suficiente para a deixar relaxada e igualmente tentada.
— Meu Deus, nunca mais eu vou beber... — falava ela enquanto secava o cabelo e encarava o rosto inchado pela noite mal dormida. Ao fundo, ouviu seu celular emitindo alertas e mais alertas, um som de notificação que havia definido única e exclusivamente para Minji, o que a fez jogar a cabeça para trás tão forte que seu pescoço estalou. — Pelo amor de Deus, ainda estou na minha folga!
Apressou o passo para alcançar o celular na cama e rolou as notificações. Eram prontuários médicos, agendamentos de cirurgia e uma mensagem carinhosa: "Nada para hoje, porém venham antes das 18hrs", e só aquilo já fez Gahyeon querer se jogar da torre mais alta de Seul.
Arrumou-se com as roupas que MoonByul havia separado para ela, o que estava cogitando ficar para sempre, e saiu do quarto. Para sua surpresa, ficava no final de um corredor. Ainda meio que cambaleando, foi batendo de porta em porta do corredor. Sala de gravação, outro quarto, banheiro, uma sala de colecionáveis com um videogame, até chegou à um quarto que ficava de frente para o parapeito do segundo andar da casa, próximo à escada. Abriu a porta com máxima cautela dessa vez. O quarto era parecido com o que ela estava, porém bem maior. Grandes cortinas brancas blackout balançavam e deixavam alguns raios de sol entrarem, vindos de uma varanda com portas de vidro. Uma TV de 61" acima de um hack de vidro temperado, ao lado, uma porta que dava ao banheiro e do lado desta, uma outra que seria o closet, já que não haviam armários ou cômodas pelo quarto. Duas poltronas e uma escrivaninha, um frigobar, a cama, igualmente grande, de cobertas brancas.
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My Heart Skip a Beat || Suayeon
RomanceLee Siyeon tinha uma vida corrida dentro do hospital e mal lhe sobrava tempo para respirar. Acabava gastando o resto de sua liberdade isolada ou em coisas triviais. Até descobrir que, por ironia do destino, em uma batida de coração tudo poderia fic...