Sexta-feira 2 dias para o show, 11:35
A porta do banheiro se abriu e Yubin saiu pálida e apática, limpando o rosto com uma toalha branca, tal qual a cor atual do seu corpo. Se jogou na cama como um peso morto e ouviu os passos de Yongsun chegarem perto dela.
— Você quer que eu peça algo da farmácia? — perguntou a loira. A de cabelos curtos apenas gesticulou com a mão, negando. Depois de alguns segundos ela gesticulou de novo, como se segurasse um copo. Fez um sinal de 3 e depois, os mesmos dedos formando um "w". — beleza.
— Eu achei que fosse colocar tudo pra fora ali mesmo. — falou Yubin, se sentando na cama, encarando o chão. — Você ligou pro delegado Huh?
— Liguei, ele disse que só envia uma força tarefa caso você tenha provas concretas e apresente um relatório pra ele. — respondeu a outra, colocando um copo de vidro com whisky e gelo próximo do rosto da amiga.
— corno.
— Coisa que você não tem...
— amiga ou inimiga? — perguntava ela, esfregando o copo gelado na testa.
— Maaaas, você tem a mim e a isto. — Yongsun soltou uma pasta grossa de capa azul marinho em cima da cama. Ela continha o brasão da KMA (Korean Medical Association) — aí são todos os procedimentos realizados pela Lee Siyeon.
— Okay, isso a gente já viu.. o que mais? O que tem aqui que não tem no outro report?
— Todos os casos na lista de clientes privados dela vieram de vítimas de acidentes graves. Não tem exceção. — a loira abria uma página marcada e passava para Yubin. — Só que tem um agravante. Todos os acidentados tinham chance de viver, mas tiveram morte cerebral e, por isso, os órgãos foram doados. Os corações caíram nas mãos de Lee Siyeon para cirurgias da lista privada. Eu usei meu cadastro pra pedir quebra de sigilo pra investigação, então, você continua estando com a ficha branca com a Senhorita Swan.
— Puta merda, até o pai da Swan tá aqui... — A delegada checava os nomes, um por um. Eram astros da TV, políticos, mafiosos e até de dentro do exército e polícia.
— Não to dizendo que foi fácil, não foi. Nessa lista aqui tem o relatório da inteligência, a.k.a. euzinha. A minha linha de investigação é a seguinte. Agora, unindo com a sua: O Caronte mudou o modus operandi... Ele não está matando e vendendo e sim salvando quem paga mais. Se antes um coração valia cerca de 120 mil dólares, hoje eles pagam até meio milhão para ficarem vivos. E tem mais... Olha quem tá na lista de atendimento privado e prioritário dela agora.
—Kim Bora?
— SuA!
— A SuA é doente?
— Aparentemente sim... Mas eu não sei o porquê da demora pra ela ser operada, então pode ser uma coincidência porque ela é um Idol mundialmente famosa. De qualquer forma, Siyeon deve estar só esperando o momento certo. SuA tem muita, muita grana e influência, estando debaixo da asa dela, Siyeon tem muita proteção e fica praticamente inatingível.
— Isso foi tão incrível que me deu uma estranha vontade de te beijar. — disparou a delegada e, em seguida, virou o copo de uma só vez. — liga pro velho e envia esse relatório pra ele, vamos começar o cerco.
E assim foi. Yongsun se apressou e em 4 horas, alguns agentes já estavam hospedados à paisana no hotel com desculpa de que iriam para o festival de música. Alegria para os donos do hotel, e uma alegria maior para Lee Yubin, que agora entrava em um carro alugado indo em direção ao local do show. Não era longe, mas ainda não estava bem para andar. Realmente tinha passado mal ao se deparar com Siyeon no elevador. Do hotel para a praia onde ia acontecer o show eram apenas 10 minutos de carro e, assim que chegou, viu pessoas acampadas em barracas, esperando numa fila quilométrica pra entrar. Estacionou, colocou os óculos escuros e foi entrando no local, sendo barrada por um segurança, pelo menos, duas vezes maior que ela, com um inglês fluente.
![](https://img.wattpad.com/cover/291821083-288-k124947.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Heart Skip a Beat || Suayeon
RomanceLee Siyeon tinha uma vida corrida dentro do hospital e mal lhe sobrava tempo para respirar. Acabava gastando o resto de sua liberdade isolada ou em coisas triviais. Até descobrir que, por ironia do destino, em uma batida de coração tudo poderia fic...