"Por você, faria isso mil vezes."-O caçador de Pipas, Khaled Hosseini
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Assim que a voz de Atlas ecoa pela floricultura até alcançar os ouvidos atentos da moça concentrada em sua leitura os olhos amendoados imediatamente se erguem a sua altura em um arregalar expressivo que demonstrava uma clara surpresa em ver o ruivo ali, parado na sua frente com roupas molhadas pela chuva e um filete de sangue na testa.
—Atlas!-Ela o responde, suas mãos fecham o livro de forma desajeitada o largando no balcão, ela deu a volta com pressa e em tropeços por estar calçando os saltos de qualquer maneira a loira caminha até onde o rapaz estava. Tudo que ele vê são braços calorosos o envolvendo quando a mulher o abraça com o coração acelerado, uma das mãos envolve seu pescoço e a outra suas costas.
Assim que o cálido e inocente toque o envolve sua mente parece não consegue acompanhar com precisão o quão rápido aquilo aconteceu, seu corpo estava paralisado em choque e um fundo de vergonha onde o homem não sabia como deveria corresponder o afeto por até então não ter certeza de quem ela era.
Suas mãos ficam paradas no ar, trêmulas um pouco distantes da cintura de Anelise, os olhos de esmeralda do escritor vagam pela silhueta de quem o tocava de uma forma tão natural e intima, como se fizesse aquilo o tempo todo. Cabelos loiros longos, olhos castanhos por trás de um óculos fino de armação quadrada, lábios de coração e uma pinta logo acima deles era a exata imagem da única pessoa em sua mente e desenhos desde que acordou.
—Quem é você Querubim?-Atlas questiona, mais para ele do que para ela já que as palavras perdidas escapam de seus lábios de forma involuntária, antes que pudesse notar o que havia falado ele sente a moça tremer em seus braços, se afastando minimamente, sem o libertar de seu abraço apenas o suficiente para que os olhos amadeirados doces como a primavera o encarassem de maneira aflita, rosto a rosto.
—V-você esqueceu de quem eu sou?-Ela responde sua pergunta com outra, sua fala é baixa e confusa, mas pareceu carregar um enorme peso que se pôs em seus ombros, ele não soube explicar com precisão pois tudo ainda parecia confuso mas pode sentir a dor em sua fala com a hipótese que a loira o levantou.
—Eu sinto muito senhorita, eu realmente não lembro nem de quem eu sou-Ele explica com sutileza tocando os braços da garota quando ela pareceu que iria cambalear, ela continua o olhando com profundidade como se buscasse alguma mentira em sua palavras mas nada ali encontrou, eram só as palavras sinceras da sombra do homem que conheceu.
—Do que exatamente você se lembra, Atlas?-Sua pergunta foi carregada de emoção, como se ela estivesse absorvendo a situação, ainda que sua voz fosse serena provavelmente no intuito de não o assustar ainda mais, o olhar sempre foi como janelas para a alma e revelavam os verdadeiros sentimentos presentes em seu âmago, sentimentos estes que se tornavam cristalinos apenas com um encontrar de vistas.
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Campos De Lavanda
RomantizmO tempo é algo complexo e relativo, enquanto para alguns passa de maneira rapida para outros um dia é como uma eternidade. As vezes ele é confuso, vem e vai sem pausas ou explicações. Em um campo de lavandas o tempo para Atlas se tornou seu mais con...