Capítulo catorze.

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Race week: Mônaco, Mônaco.
Sexta-feira.

Dominique.

De verdade? Eu amava a casa dos Sainz, eu amava Madrid, eu amava tudo, MENOS esse GP. Qual é a emoção desse GP? As qualidades dele? Mas tudo bem, ainda dá de 10 a 0 em Jeddah.

Nós passamos os GP todo muito bem, consertamos melhor o carro do Carlos lá, e ele marcou pole position em casa e fez mais um grand chelem pra carreira, Charles fez P2 e Jüris Vips pegou a sorte de um P3 apos o abandono do companheiro de equipe e de George Russell, com o carro soltando gasolina já na saída dos boxes.

Fomos direto para Mônaco; Charles e eu estamos EXTASIADOS por correr em casa, Carlos nos julgava como loucos por morar nos boxes da Ferrari aquela semana, e eu sei que não devia agir como se o trabalho fosse minha prioridade agora, mas era inevitável, estávamos correndo em casa e eu queria um grand chelem do Charles, era nossa marca, dominar a nossa casa e mostrar que somos a dominância com dois heptacampeões.

Cheguei mais uma vez no meu box e algo no box ao lado, o da RBR, me incomodou, era muito barulho e intimidação pra quem só tinha um P3 em todo o campeonato até agora. Engoli a seco e continuei ali parada, era bizarro o tanto de fotógrafos, Jüris era introvertido demais pra tanta coisa assim. Se fosse até 2028, eu diria que era coisa do Horner pra brigar, ou sei lá, mas Horner estava aposentado, graças a Deus, e bem longe de nós.

Me afastei dali já meio abalada, entrei nas instalações da Ferrari e fui checar a lista da conferência com engenheiros, dessa vez eu não fui escalada. Meu coração palpitava demais, decidi ligar a tv da minha sala e foi quando eu cai sentada no sofá.

"O ex-piloto de F1, campeão mundial, Max Emilian Verstappen, está em liberdade provisória no território de Mônaco, para comemorar sua liberação, Verstappen compareceu nos boxes da sua antiga equipe, Red Bull Racing.

Max, pode me dizer a sensação de estar de volta, mas agora como telespectador?

É sem dúvidas bem diferente, mas vou aproveitar essa nova chance que a vida me deu."

Desliguei a tv assim que Lorena, minha nova estagiária, entrou e me chamou para levar Charles para a conferência de pilotos.

Respirei fundo e alcei uma garrafa de água, desci as escadas tomando toda ela de uma vez e jogando no lixo mais próximo. Acompanhei Charles até a conferência e me sentei junto com os demais chefes de equipe, estavam todos os pilotos ali, meu pai estava de pé com os braços cruzados, fuzilando Mick, algo ele fez ou algo iria acontecer, mas tinha dedo do meu pai nisso.

Max entrou na sala acompanhado de Jüris e Liam, ambos os pilotos se sentaram e Max ficou entre umas pessoas, sentado nas cadeiras do público, me virei para frente antes que ele me percebesse ali.

As perguntas começaram a surgir, algumas para as meninas da Williams, outras para Jüris e George, algumas para a Ferrari e de repente uma pausa.

— Mick tem algo a nos dizer e ele preferiu usar esse tempo da conferência para dizer. – A diretora de filmagem disse, e Mick se levantou.

— Bom, eu acho que não preciso me apresentar, mas ao público, eu sou Mick Schumacher, piloto 47 da Scuderia Alfa Romeo Sauber Ferrari F1 Team, e venho aqui comunicar, após uma sessão de erros da minha vida pessoal, eles vieram a tona e me atrapalharam em pista; sei que não sou como a maioria esperavam por conta do meu sobrenome, mas eu dei o meu melhor e os meus anos de F1 serão sempre inesquecíveis para mim. Entretanto, deixo aqui, após horas de conversa com a FIA, a minha renúncia do esporte. Assim vou poder me concentrar melhor na minha vida pessoal para poder consertar coisas que eu, sem motivos, estraguei. Eu vou correr hoje, vai ser a minha última vez e eu quero agradecer a todos que estiveram comigo, principalmente aos mais velhos que foram um grande apoio pra mim e ao meu pai, um homem qual tem me dado um norte sempre quando pareço perdido.

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